Abstract:
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Objetivo: Caracterizar o perfil epidemiológico e o desfecho dos casos das intoxicações exógenas atendidas em uma Unidade de Terapia Intensiva adulto de um Hospital Universitário no Sul do Brasil. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e transversal, realizado a partir dos dados epidemiológicos obtidos através dos prontuários dos pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva no período entre janeiro de 2021 a setembro de 2023. Foram utilizadas como variáveis a idade, gênero, cor, município de residência, local de ocorrência da exposição, zona de exposição, grupo do agente tóxico, tipo de exposição, circunstância da exposição/contaminação, diagnóstico prévio de transtorno mental, tempo de internação na UTI, evolução/desfecho do caso. Resultados: Verificou-se predominância de pacientes do sexo masculino, com média de 38 anos de idade, de cor branca, residentes no município de Florianópolis, SC. A maioria foi do tipo aguda, ocorridas em zona urbana e por tentativa de suicídio. Os medicamentos foram o agente tóxico mais utilizado, com destaque para os antidepressivos. A maioria dos pacientes possuíam diagnóstico prévio de transtorno mental, sendo o mais frequente o transtorno depressivo. Um total de 10 pacientes eram dependentes químicos, dentre estes, 6 apresentaram pelo menos uma droga de abuso como agente tóxico. O tempo médio de internação na UTI foi de 6 dias. A letalidade global do estudo foi de 10,9% e entre os dependentes químicos foi de 50%. A maioria dos pacientes recebeu alta para o domicílio com encaminhamento para a Rede de Atenção Psicossocial. Conclusão: A partir do estudo foi possível traçar o perfil epidemiológico dos pacientes admitidos por IE em uma UTI, permitindo a análise de fatores relacionados à ocorrência das IE no contexto da alta complexidade em saúde. Fomentando, desta forma, o desenvolvimento de políticas públicas e intervenções direcionadas para a prevenção de IE, para a qualidade da assistência em saúde nos diferentes níveis da Rede de Atenção à Saúde, em específico aos pacientes com transtornos mentais e para os usuários dependentes químicos, visando a redução de casos e da letalidade. |