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A nanociência envolve o estudo das propriedades da matéria em escala
nanométrica, enquanto a nanotecnologia se concentra em aplicar esses conceitos
em aplicações práticas. A nanotecnologia tem desempenhado um papel fundamental
na medicina, permitindo avanços no tratamento de doenças como câncer e
problemas cardiovasculares, incluindo diagnóstico molecular, descoberta de
biomarcadores e desenvolvimento de novos medicamentos. Os materiais em
nanoescala, chamados nanomateriais, possuem alta área superficial e reatividade, o
que os torna valiosos na nanomedicina. Eles podem ser usados para diagnóstico,
terapia controlada e medicina regenerativa. No entanto, a toxicidade dos
nanomateriais é uma preocupação, especialmente quando se trata de exposição a
essas partículas. A nanotoxicologia é uma disciplina emergente que visa entender e
avaliar os efeitos adversos dos nanomateriais. Diante de aspectos éticos que levam
a necessidade de redução do uso de animais, métodos in vitro têm sido
preferencialmente usados para avaliação da toxicidade. Os métodos in vitro
convencionais abrangem o uso de linhagens celulares, por serem homogêneas,
apresentarem boa estabilidade e conduzirem a resultados reprodutíveis. No entanto,
tais modelos não reproduzem um tecido ou órgão que possua uma estrutura
tridimensional definida e não incluem as complexas comunicações cruzadas entre as
células. Neste sentido, sistemas biomiméticos microengenheirados organ-on-a-chip
têm surgido como métodos alternativos para avaliação dos efeitos biológicos dos
nanomateriais. Assim, o presente trabalho teve como objetivo realizar um
levantamento bibliográfico sobre a utilização dos modelos organ-on-a-chip na
avaliação da toxicidade dos nanomateriais com enfoque naqueles utilizados no
tratamento e diagnóstico de doenças. A pesquisa foi conduzida usando as bases de
dados informatizadas como United States National Library of Medicine (PubMed),
Elsevier’s Scopus (SCOPUS), Google Acadêmico e Scientific Electronic Library
Online (Scielo). Para refinamento da busca foram empregadas as seguintes
palavras chaves: “nanomaterials”, “microphysiological systems”, “nanotoxicology”,
“organs-on-chip”, “in vitro toxicity”, intercalados com o operador booleano “AND”. Os
resultados evidenciaram a potencial aplicação dos modelos organs-on-a-chip na
avaliação da nanotoxicidade. No entanto, estudos ainda são escassos, o que
representa uma grande temática a ser explorada no futuro. |
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