Prevalência de dor orofacial, bruxismo, fatores psicossociais e problemas do sono em presidiários de Florianópolis

Abstract

Determinar a prevalência de dores orofaciais odontogênicas ou não, bruxismo do sono (BS), bruxismo em vigília (BV), fatores psicossociais e problemas do sono em presidiários de Florianópolis. Materiais e métodos: Os participantes foram atendidos no próprio presídio, onde houve realização de anamnese detalhada, preenchimento de ficha clínica e de 4 questionários validados (questionário para a avaliação de disfunção temporomandibular validado pela Academia Americana de Dor Orofacial, Lista de Comportamentos orais, Escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS 21) e Questionário Índice da qualidade do sono de Pittsburgh), exame clínico e planejamento do tratamento adequado para cada caso. Resultados: A amostra foi composta de 85 presidiários homens. Em relação às dores orofaciais, 42% queixaram-se de dor odontogênica e 17,6% de dores na face e/ou na cabeça. A prevalência de BS foi 17,6% e de BV foi 38,8% e 67% dos entrevistados foram classificados como baixo risco para apresentar DTM, segundo o questionário da Lista de Comportamentos orais. Em relação a aplicação do DASS-21, a maioria dos presidiários apresentavam sintomas normais de ansiedade, estresse e depressão. No entanto, nas respostas da ficha clínica, 54% consideram-se ansiosos, 21% estressados e 25% depressivos. Quanto a qualidade do sono, através da aplicação do questionário de Pittsburg, 62% apresentaram qualidade do sono boa. Conclusão: De acordo com os resultados alcançados através da ficha clínica e dos questionários validados, houve uma alta prevalência de dor orofacial do tipo odontogênica e baixo risco para apresentar DTM. O BV foi mais prevalente do que o BS e a maioria dos presidiários apresentaram sintomas normais de fatores psicossociais e qualidade de sono boa.

To determine the prevalence of odontogenic or non-odontogenic orofacial pain, sleep bruxism (BS), waking bruxism (BV), psychosocial factors and sleep problems in inmates of Florianópolis. Materials and methods: The participants were treated in the prison itself, where a detailed anamnesis was taken, a clinical form and 4 validated questionnaires were completed (questionnaire for the assessment of temporomandibular dysfunction validated by the American Academy of Orofacial Pain, List of Oral Behaviors, Scale of depression, anxiety and stress (DASS 21) and Pittsburgh Sleep Quality Index Questionnaire), clinical examination and appropriate treatment planning for each case. Results: The sample consisted of 85 inmates. Regarding orofacial pain, 42% complained of odontogenic pain and 17.6% of pain in the face and/or head. The prevalence of BS was 17.6% and of BV was 38.8% and 67% of respondents were classified as low risk for presenting TMD, according to the Oral Behavior List questionnaire. Regarding the application of the DASS-21, the majority of prisoners presented normal symptoms of anxiety, stress and depression. However, in the responses to the clinical form, 54% consider themselves anxious, 21% stressed and 25% depressed. Regarding sleep quality, through the application of the Pittsburg questionnaire, 62% had good sleep quality. Conclusion: According to the results achieved through the clinical record and validated questionnaires, there was a high prevalence of odontogenic type orofacial pain and a low risk of presenting TMD. BV was more prevalent than BS and most inmates had normal symptoms of psychosocial factors and good sleep quality.