Efeitos de diferentes períodos de destreinamento na aptidão funcional de idosos com fatores de risco cardiometabólico

Abstract

O objetivo deste estudo foi verificar os efeitos de dois diferentes períodos de destreinamento na aptidão funcional de idosos com fatores de risco cardiometabólico. Trata-se de um estudo observacional longitudinal com abordagem quantitativa, realizado a partir de informações do banco de dados do Programa de Prevenção e Reabilitação Cardiorespiratória (PROCOR) coletadas durante os anos de 2022/2023. Os dados advêm dos resultados das avaliações de aptidão funcional realizadas antes e após o recesso de atividades do programa em dois diferentes períodos, nos fornecendo informações referentes ao destreinamento de um e três meses. Os participantes foram idosos que frequentaram o PROCOR e que tem doenças cardiovasculares e/ou fatores de risco cardiometabólico. As qualidades físicas da aptidão funcional analisadas foram, a força e resistência muscular dos membros inferiores (teste sentar e levantar na cadeira), força e resistência muscular dos membros superiores (teste flexão de antebraço), flexibilidade de membros inferiores (teste sentar e alcançar), flexibilidade de membros superiores (teste alcançar atrás das costas), mobilidade funcional (Timed Up and Go - TUG) e capacidade cardiorrespiratória (teste de caminhada de seis minutos). O destreinamento foi analisado para os dois diferentes períodos e incluíram somente os idosos que tiveram, portanto, as quatro avaliações. Posteriormente, essas diferenças foram relativizadas com relação aos valores pré-recesso, dando origem à deltas percentuais de redução que também foram comparados entre os dois diferentes períodos. A análise estatística foi realizada através dos testes T de Student para amostras independente, adotando-se o nível de significância de 0,05, através do programa Rcmdr versão 4.3.1 (R commander). Os achados do presente estudo foram, que as qualidades físicas força e resistência muscular de membros inferiores e capacidade cardiorrespiratória mostraram uma melhora após o período curto de destreinamento, de 14,25 repetições (pré) para 16,12 repetições (pós) e de 572,70 metros (pré) para 589,87 metros (pós), respectivamente. Com relação ao período de destreinamento longo, somente a força e resistência de membros superiores apresentaram uma redução de 22,50 repetições (pré) para 19,00 repetições (pós). Para as demais qualidades físicas avaliadas, o comportamento nos diferentes períodos de destreinamento não apresentou diferenças significativas. Portanto conclui-se que quatro e 12 semanas de destreinamento poderiam não ser suficientes para causar perdas na maioria das qualidades físicas da aptidão funcional analisadas em idosos com fatores de risco cardiometabólico, participantes do PROCOR. Adicionalmente, períodos de quatro semanas de destreinamento poderiam gerar respostas positivas na capacidade cardiorrespiratória e na força e resistência muscular de membros inferiores e períodos de 12 semanas parecem já causar algum deterioro na força e resistência muscular de membros superiores.

The objective of this study was to verify the effects of two different periods of detraining on the functional fitness of elderly people with cardiometabolic risk factors. This is a longitudinal observational study with a quantitative approach, carried out using information from the Cardiorespiratory Prevention and Rehabilitation Program (PROCOR) database collected during the years 2022/2023. The data comes from the results of functional fitness assessments carried out before and after the break in program activities in two different periods, providing us with information regarding the one and three month detraining. The participants were elderly people who attended PROCOR and who have cardiovascular diseases and/or cardiometabolic risk factors. The physical qualities of functional fitness analyzed were: muscular strength and endurance of the lower limbs (sit and stand test in a chair), muscular strength and endurance of the upper limbs (forearm flexion test), flexibility of the lower limbs (sit and reach test), upper limb flexibility (reach behind the back test), functional mobility (Timed Up and Go - TUG) and cardiorespiratory capacity (six-minute walk test). Detraining was analyzed for the two different periods and only included elderly people who had, therefore, all four assessments. Subsequently, these differences were relativized in relation to pre-recession values, giving rise to percentage reduction deltas that were also compared between the two different periods. Statistical analysis was performed using Student's T tests for independent samples, adopting a significance level of 0.05, using the Rcmdr program version 4.3.1 (R commander). The findings of the present study were that the physical qualities of lower limb muscular strength and endurance and cardiorespiratory capacity showed an improvement after the short period of detraining, from 14,25 repetitions (pre) to 16,12 repetitions (post) and 572,70 meters (pre) to 589,87 meters (post), respectively. In relation to the long detraining period, only the strength and resistance of the upper limbs showed a reduction from 22,50 repetitions (pre) to 19,00 repetitions (post). For the other physical qualities evaluated, the behavior in the different periods of detraining did not show significant differences. Therefore, it is concluded that four and 12 weeks of detraining could not be enough to cause losses in most of the physical qualities of functional fitness analyzed in elderly people with cardiometabolic risk factors, participants in PROCOR. Additionally, periods of four weeks of detraining could generate positive responses in cardiorespiratory capacity and muscular strength and endurance in the lower limbs, and periods of 12 weeks already seem to cause some deterioration in muscular strength and endurance in the upper limbs.