Condições de vida e aptidão cardiorrespiratória de escolares brasileiros: uma revisão sistemática

Abstract

As condições de vida (renda familiar; nível socioeconômico; sexo; escolaridade; entre outros) são determinantes nas condições de estudos de escolares, afetando nas dimensões fisiológica e psicológica dos sujeitos. Muitos estudos mostraram os benefícios de utilizar as práticas corporais nas aulas de Educação Física como forma de melhorar a saúde física, destacando nesse sentido a aptidão cardiorrespiratória, porém não consideraram as condições de vida, a comunidade escolar e os limites do professor de Educação Física nas aulas. O presente estudo objetivou se inserir na lacuna existente entre utilizar as aulas de Educação Física como promotor de saúde, mais especificamente na aptidão cardiorrespiratória, considerando as condições de vida de escolares. Dessa forma, a pesquisa através da revisão sistemática teve como objetivo investigar as condições de vida como determinantes para obter benefícios na aptidão cardiorrespiratória de escolares brasileiros. A busca sistemática foi realizada em duas bases de dados, LILACS e SCIELO, no mês de outubro de 2023 por dois pesquisadores independentes. As palavras-chave foram divididas em três blocos: 1) “aptidão aeróbica”; “aptidão aeróbia”; “aptidão cardiorrespiratória”; “capacidade aeróbica”; “capacidade aeróbia”; “VO2máx”; “consumo máximo de oxigênio”; 2) “condições de vida”; “qualidade de vida”; “condições de vida e saúde”; “educação física”; “escolaridade”; “condições de moradia”; “acesso a praças”; “acesso a parques”; “acesso a lazer”; “acesso a políticas públicas”; “renda familiar”; “estar bem alimentado”; “ter boa saúde”; 3) “adolescentes”; “escolares”; “crianças”; “estudantes” e “adolescência”. Foram utilizados operadores booleanos “AND” entre as palavras-chave de cada bloco, e “OR” entre os blocos. Foram encontrados 74 estudos nestas bases de dados. Após aplicar os critérios de elegibilidade, o presente estudo compilou informações de 18 pesquisas. Estes estudos em sua maioria (55,5%) foram realizados na região Sul do Brasil e escolas púbicas, e associaram baixa aptidão cardiorrespiratória ao sexo feminino, a alta renda familiar e a boa escolaridade dos pais. Conclui-se que as condições de vida sexo feminino, alta renda familiar e boa escolaridade dos pais, são determinantes e foram associados aos baixos níveis de aptidão cardiorrespiratória dos escolares durantes as aulas de Educação Física escolar.