Sustentabilidade em fibras celulósicas: Desempenho de tingimento com corantes naturais e quitosana em malha de algodão orgânico e lyocell.

Abstract

A sustentabilidade é um conceito que está cada vez mais forte dentro das indústrias, principalmente na têxtil, visto que há uma grande geração de resíduos causadores de problemas ambientais. Existem diversas formas de aplicar a sustentabilidade dentro dos processos têxteis, desde a escolha por fibras sustentáveis, tingimento natural, utilização de mordentes ecológicos, reuso da água e reaproveitamento de tecidos para aumentar a vida útil do produto. Este trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho da quitosana no tingimento de fibras celulósicas, bem como o algodão orgânico e o lyocell, utilizando corantes naturais provenientes do fruto de romã e inseto lacca. Inicialmente foi realizada uma purga em uma meia malha de lyocell e um alvejamento em uma meia malha de algodão orgânico para reduzir o amarelamento natural do tecido, além de outras impurezas. Em seguida, foi feito um tratamento em ambas as fibras com quitosana como mordente, pelo método de esgotamento. Assim, foram tingidas amostras com e sem quitosana, com cada um dos dois corantes naturais. A partir dos resultados foi realizada uma avaliação visual e de valores de K/S em espectrofotômetro de reflectância, onde, a partir delas, foi possível observar que houve uma intensidade maior de cor entre 37% e 183% nas amostras tratadas com quitosana, em relação aquelas não tratadas. Nos ensaios de solidez à luz foi verificado o desbotamento das amostras quando submetidas à luz artificial, sendo notório uma menor solidez nas amostras que estavam com a aplicação do biopolímero. Na solidez à lavagem, na avaliação da solidez por transferência, foi possível concluir que nas amostras com a aplicação da quitosana houve transferência do corante extraído da Punica Granatum, em especial do tingimento no algodão, que mantiveram o valor da nota entre 4 e 5, em que os valores obtidos nos resultados foram aceitáveis. Já nos testes de solidez à fricção foi avaliado a transferência de coloração ao tecido-testemunha através de 20 ciclos, notando-se que ambas amostras apresentaram notas entre 4 e 5 na escala de cinza, ficando dentro de valores aceitáveis mostrando que a transferência não ocorreu ou foi mínima.

Sustainability is a concept that is increasingly stronger within industries, especially in textiles, as there is a large generation of waste that causes environmental problems. There are several ways to apply sustainability within textile processes, from choosing sustainable fibers, natural dyeing, using ecological mordants, reusing water and reusing fabrics to increase the useful life of the product. This work aimed to evaluate the performance of chitosan in dyeing cellulosic fibers, as well as organic cotton and lyocell, using natural dyes from pomegranate fruit and lacca insect. Initially, a purge was carried out on a lyocell half-mesh and a bleaching on an organic cotton half-mesh to reduce the natural yellowing of the fabric, as well as other impurities. Then, both fibers were treated with chitosan as a mordant, using the exhaustion method. Thus, samples were dyed with and without chitosan, with each of the two natural dyes. From the results, a visual evaluation and K/S values were carried out using a reflectance spectrophotometer, where, from these, it was possible to observe that there was a greater color intensity between 37% and 183% in the samples treated with chitosan, in relation to those not treated. In the light fastness tests, the samples were found to fade when subjected to artificial light, with a lower solidity being noticeable in the samples that had the biopolymer applied. Regarding washing fastness, in the assessment of transfer fastness, it was possible to conclude that in the samples with the application of chitosan there was transfer of the dye extracted from Punica Granatum, especially from the dyeing on cotton, which maintained the grade value between 4 and 5, in which the values obtained in the results were acceptable. In the friction fastness tests, the transfer of color to the control fabric was evaluated through 20 cycles, noting that both samples presented scores between 4 and 5 on the gray scale, remaining within acceptable values, showing that the transfer did not occur or was minimal.