Title: | Associação entre o escore de adesão ao padrão alimentar mediterrâneo e excesso de peso entre pessoas com 50 anos de idade ou mais: resultados de uma análise transversal |
Author: | Couthon, Orence Ian Finagnon |
Abstract: |
Introdução: O excesso de peso é definido como excesso de gordura corporal, podendo ser diagnosticado a partir do cálculo do índice de massa corporal (IMC). De acordo com o IMC, valores iguais ou maiores a 25,0 e a 27,0 kg/m2 são indicativos desse desfecho conforme proposto pela World Heath Organization (WHO) e Lipschitz, respectivamente. Enquanto a alimentação do tipo Western Diet é apontada como um dos principais fatores de risco para o ganho excessivo de peso, a dieta Mediterrânea, um padrão alimentar típico das civilizações longevas da costa do mediterrâneo na Grécia e Itália, é considerada um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo com capacidade de proteção do excesso de peso, por abranger em sua matriz alimentar alimentos frescos como frutas e hortaliças, sementes oleaginosas, azeite de oliva, grãos integrais, vinho tinto e peixes, e quantidades moderadas a restritas de outros alimentos, como carnes vermelhas e seus derivados, produtos de panificação e frituras, refrigerantes e ultraprocessados em geral. Objetivo: Avaliar a associação entre a adesão ao padrão alimentar Mediterrâneo e o excesso de peso em pessoas com 50 anos de idade ou mais. Metodologia: Estudo transversal realizado com amostra de 122 indivíduos, de ambos os sexos, de idade superior ou igual a 50 anos. Os participantes foram recrutados de forma não probabilística por conveniência, utilizando-se um questionário online divulgado nas mídias sociais do Núcleo de Estudos da Terceira Idade (NETI) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e de outros NETI do país. O desfecho em estudo foi o excesso de peso avaliado pelo IMC, calculado a partir de dados autorreferidos de peso e altura e também categórica dicotômica (sim; não) usando os pontos de corte da WHO e de Lipschitz. A exposição foi a adesão à dieta Mediterrânea, avaliada pelo “Validated 14-Item Questionnaire of Mediterranean Diet Adherence”. A partir do conjunto de respostas foi gerado um escore de pontuação de adesão à dieta Mediterrânea, o qual foi mensurado como variável contínua (pontuação média no escore) e também categórica politômica (baixa adesão: 0-5 pontos; adesão intermediaria: 6-9 pontos; e alta adesão: 10-14 pontos). Para avaliar a associação entre a exposição e os desfechos foi utilizada a regressão de Poisson em dois modelos de análise (1) Regressão de Poisson Bruta (RP bruta) e (2) Regressão de Poisson Ajustada (RP ajustada) para sexo, idade, cor da pele, escolaridade, tabagismo, ingestão de álcool, atividade física e tempo diário despendido com alimentação. Resultados: Os resultados obtidos mostraram 49,1% dos participantes com excesso de peso pela classificação de Lipschitz e 71,3% pela classificação da WHO. Ao avaliar a adesão à dieta Mediterrânea apenas 17,2% dos participantes apresentaram alta adesão e entre aqueles com excesso de peso, a baixa pontuação no escore de adesão foi mais baixa do que entre aqueles sem este desfecho (dos participantes com excesso de peso pela classificação de Lipschitz 54,4% apresentaram baixa adesão, assim como 46,4% dos participantes com excesso de peso pela classificação da WHO). No que diz respeito à associação entre o excesso de peso e o escore de adesão ao padrão alimentar Mediterrâneo, observou-se que a cada aumento de um ponto no escore de adesão, houve uma redução no excesso de peso de 5,9% e de 6,2%, pelos pontos de corte de Lipschitz e da WHO, respectivamente. Conclusão: Conclui-se que a alta adesão ao padrão alimentar mediterrâneo associou-se com o benefício de uma menor prevalência de excesso de peso. Assim, propomos que novos estudos em caráter probabilístico venham a ser realizados, visando o critério de consistência de Austin Bradford Hill, para então incentivar o estímulo a uma alimentação compatível com o padrão alimentar Mediterrâneo com vistas a manejar o excesso de peso no nível coletivo. Abstract: Introduction: Overweight is defined as excess body fat and can be diagnosed by calculating the body mass index (BMI). According to BMI, values equal to or greater than 25.0 and 27.0 kg/m2 are indicative of this outcome, as proposed by the World Heath Organization (WHO) and Lipschitz, respectively. While the Western Diet is identified as one of the main risk factors for excessive weight gain, the Mediterranean diet, a typical dietary pattern of the long-lived civilizations of the Mediterranean coast in Greece and Italy, is considered one of the healthiest dietary patterns in the world with the capacity to protect against excess weight, because its dietary matrix includes fresh foods such as fruit and vegetables, oilseeds, olive oil, whole grains, red wine and fish, and moderate to restricted quantities of other foods such as red meat and its derivatives, bakery products and fried foods, soft drinks and ultra-processed foods in general. Objective: To assess the association between adherence to the Mediterranean dietary pattern and excess weight in people aged 50 and over. Methodology: A cross-sectional study was carried out with a sample of 122 individuals of both sexes aged 50 or over. Participants were recruited on a non-probabilistic basis for convenience, using an online questionnaire published on the social media of the Third Age Studies Center (NETI) of the Federal University of Santa Catarina (UFSC) and other NETIs in the country. The outcome under study was overweight assessed by BMI, calculated from self-reported weight and height data and also dichotomous categorical (yes; no) using the WHO and Lipschitz cut-off points. The exposure was adherence to the Mediterranean diet, assessed by the \"Validated 14-Item Questionnaire of Mediterranean Diet Adherence\". A Mediterranean diet adherence score was generated from the set of answers, which was measured as a continuous variable (mean score) and also as a polytomous categorical variable (low adherence: 0-5 points; intermediate adherence: 6-9 points; and high adherence: 10-14 points). To assess the association between exposure and outcomes, Poisson regression was used in two analysis models (1) crude Poisson regression (crude PR) and (2) adjusted Poisson regression (adjusted PR) for gender, age, skin color, schooling, smoking, alcohol intake, physical activity and daily time spent eating. Results: The results obtained showed 49.1% of participants were overweight according to the Lipschitz classification and 71.3% according to the WHO classification. When assessing adherence to the Mediterranean diet, only 17.2% of the participants showed high adherence and among those who were overweight, the low score on the adherence score was lower than among those without this outcome (of the participants who were overweight according to the Lipschitz classification, 54.4% showed low adherence, as did 46.4% of the participants who were overweight according to the WHO classification). With regard to the association between overweight and the adherence score to the Mediterranean dietary pattern, it was observed that for each one-point increase in the adherence score, there was a reduction in overweight of 5.9% and 6.2%, according to the Lipschitz and WHO cut-off points, respectively. Conclusion: We conclude that high adherence to the Mediterranean dietary pattern was associated with the benefit of a lower prevalence of overweight. We therefore propose that further probabilistic studies be carried out, using the Austin Bradford Hill consistency criterion, in order to encourage people to eat a diet compatible with the Mediterranean dietary pattern with a view to managing excess weight at a collective level. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva, Florianópolis, 2023. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/253637 |
Date: | 2023 |
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PGSC0360-D.pdf | 3.451Mb |
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