O conceito de pessoa: reflexões na bioética, na neuroética e na medicina

Abstract

O conceito de pessoa é apresentado nesta dissertação através de uma investigação filosófica, na área da ética, que questiona na História da Filosofia a que categoria de coisas no mundo este conceito representa, assim como verifica na contemporaneidade a aplicabilidade do conceito na interface da bioética e suas possíveis intersecções na neuroética e na medicina. A evidencia de uma construção histórica do conceito de pessoa deixa como herança para a contemporaneidade categorias que quando consideradas atribuem um significado robusto ao que pessoa representa como realidade e implica o conceito de pessoa como central na reflexão ética. A aplicação do conceito em bioética o afirma como um fundamento ético-antropológico-filosófico para conferir dignidade aos seres humanos na promoção de modelos bioéticos que estejam comprometidos em como considerar pacientes humanos no que tange o estudo sistemático das dimensões éticas das ciências da vida e dos cuidados da saúde em seu contexto interdisciplinar tanto na prática médica como em pesquisas científicas. A partir dos contributos históricos e bioéticos o conceito de pessoa se encontra presente em duas aplicações contemporâneas: a reflexão neuroética, que no interior do dissenso das pesquisas em neurociências verifica a fundamentação neurocientífica do próprio conceito; e na medicina através de um modelo médico que advoga a centralidade da pessoa como fundamento do agir médico.

Abstract: The concept of person is presented in this dissertation through a philosophical investigation, in the area of ethics, which questions in the History of Philosophy to which category of things in the world this concept represents, as well as verifies in contemporaneity the applicability of the concept in the interface of bioethics and its possible intersections in neuroethics and medicine. The evidence of a historical construction of the concept of person leaves as a legacy for contemporaneity categories that, when considered, attribute a robust meaning to what a person represents as reality and implies the concept of person as central to ethical reflection. The application of the concept in bioethics affirms it as an ethical-anthropological-philosophical foundation for conferring dignity to human beings in the promotion of bioethical models that are committed to how to consider human patients regarding the systematic study of the ethical dimensions of the life sciences and health care in its interdisciplinary context in both medical practice and scientific research. Based on historical and bioethical contributions, the concept of person is present in two contemporary applications: the neuroethical reflection that, within the dissent of neuroscience research verifies the neuroscientific foundation of the concept itself; and in medicine through a medical model that advocates the centrality of the person as the foundation of medical action.