Caracterização da composição da Ulva ohnoi cultivada em bioflocos e seu uso como aditivo alimentar para o camarão-branco-do-pacífico

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar a macroalga Ulva ohnoi cultivada em bioflocos e seu efeito em diferentes concentrações na dieta de Litopenaeus vannamei. Para isso foram realizados dois experimentos, sendo que no primeiro foram avaliadas as alterações no desempenho algal, compostos bioativos da macroalga, produção de ulvana e concentração proteica antes e após o cultivo em sistema de bioflocos. Durante 28 dias, as macroalgas foram cultivadas em 3 unidades experimentais com efluentes de camarões provenientes de um tanque matriz de bioflocos, contendo aeração constante e aquecedor, com densidade de 6 g L-1. No segundo experimento foi avaliado o efeito da U. ohnoi cultivada em bioflocos na dieta do camarão sobre o desempenho zootécnico, parâmetros hemato-imunológicos, microbiota intestinal (bactérias totais e Vibrio spp. totais), desafio com o Vibrio parahaemolyticus e resistência ao choque térmico . Durante 6 semanas os animais foram alimentados com dietas experimentais, onde a U. ohnoi foi adicionado com níveis de 0,5%, 1% e 2% em substituições ao caulim, enquanto a dieta controle apresentou a mesma composição de ingredientes sem adição da alga . No primeiro experimento com algas houve um aumento de 49,5 g de biomassa semanalmente. As diferenças estatísticas foram encontradas no rendimento da ulvana inicial 2,64±0,3% e final 4,62±0,2%, e um incremento de 30,2% na concentração proteica no final do cultivo. Um aumento na concentração de flavonóides foi apresentado nos dias 7 e 14 (0,41±0,04; e 0,41±0,07 µg g-1 de peso seco), e os carotenoides diminuíram aproximadamente 41,3% nas macroalgas no final do cultivo. No segundo experimento não foram observadas diferenças significativas entre os tratamentos para as alterações zootécnicas, imunológicas, quantificação de bactérias heterotróficas totais e vibrionáceas dos camarões, desafio com o Vibrio e a mortalidade após choque térmico agudo. Em conclusão, a U. ohnoi pode ser cultivada em bioflocos, melhorando a produtividade da ulvana e concentração proteica. O nível de inclusão de macroalgas na dieta do camarão não interfere nos resultados entre os tratamentos.

Abstract: The aim of this study was to evaluate the macroalgae Ulva ohnoi grown in biofloc and its effect in different concentrations in the diet of Litopenaeus vannamei. For this, two experiments were carried out, and in the first were evaluated the changes in algal performance, bioactive compounds of macroalgae, production of ulvana and protein concentration before and after cultivation in bioflake system. During 28 days, the macroalgae were cultivated in 3 experimental units with shrimp effluents from a matrix tank of bioflakes, containing constant aeking and heater, with a density of 6 g L-1. In the second experiment, the effect of U. ohnoi cultivated in bioflakes in shrimp diet on zootechnical performance, hematoimmunological parameters, intestinal microbiota (total bacteria and total Vibrio spp.), challenge with Vibrio parahaemolyticus and resistance to thermal shock was evaluated. For 6 weeks the animals were fed experimental diets, where U. ohnoi was added with levels of 0.5%, 1% and 2% in place of kaolin, while the control diet was the same composition of ingredients without seaweed addition. In the first experiment the algae had an increase of 49.5 g of weekly biomass. Statistical differences were found in the yield of the initial ulvana 2.64±0.3% and final 4.62±0.2%, and an increase of 30.2% in protein concentration at the end of cultivation. An increase in flavonoid concentration was observed on days 7 and 14 (0.41±0.04; and 0.41±0.07 µg g-1 dry weight), and carotenoids decreased approximately 41.3% in macroalgae at the end of cultivation. In the second experiment, no significant differences were observed between treatments for zootechnical, immunological parameters, quantification of total heterotrophic bacteria and shrimp vibrionaceous bacteria, challenge with Vibrio and mortality after acute thermal shock. In conclusion, U. ohnoi can be grown in bioflakes, improving ulvan productivity and protein concentration. The level of inclusion of macroalgae in the shrimp diet was not interfere in the results between treatments.