dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Schmidt, Simone Pereira |
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dc.contributor.author |
José, Nsimba |
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dc.date.accessioned |
2024-02-19T23:21:57Z |
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dc.date.available |
2024-02-19T23:21:57Z |
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dc.date.issued |
2023 |
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dc.identifier.other |
386234 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254346 |
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dc.description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, 2023. |
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dc.description.abstract |
Nesta tese, aborda-se a memória a partir de canções cantadas por mulheres angolanas, mais precisamente nos rios Kwilu e Bulunga, no município do Kwimba (Zaire), e nos rochedos, na região de Ecunya (Huambo). Baseada nas pesquisas etnográfica, documental e bibliográfica, a tese tem por objetivo contribuir para melhor compreensão possível da realidade sociocultural das regiões kongo e ovimbundu, analisar e interpretar a memória a partir das canções em questão, assim como explicar a maneira como a performance se evidencia nessas práticas poético-musicais que se dão nas esferas da visibilidade e da audibilidade, dirigindo-se para uma audiência real: as performers, mais concretamente nos rios e rochedos, espaços de interlocução cênica. Com vista a atingir os objetivos preconizados, a tese articula a abordagem teórico-metodológica sob o viés interdisciplinar, ou seja, cria um tipo de unidade que não é de redução, mas de circuito ou rede de interlocuções teóricas que cruzam os domínios da literatura, semiótica, antropologia, sociologia, história e estudos feministas e de gênero. Essa articulação argumentativa possibilitou compreender que, como quaisquer outros documentos, as canções em causa são portadoras de histórias e, por conseguinte, revelam as questões vivenciadas pelas comunidades. Ocorre que enunciação de memórias inscreve-se nas práticas poético-musicais que se dão nas comunidade e nos rios e rochedos (espaços exclusivos para mulheres). A despeito de as performers serem membros de suas comunidades e com direito à palavra, defende-se que as suas narrativas inscrevem-nas em diversos modos de subjetivação, muitas vezes pela articulação de silêncio como autocensura, visto que as sociedades heteronormativas a que pertencem tipificam certos discursos como interditados. A interdição imposta naturaliza-se e exclui certos sujeitos e dizeres. Independentemente disso, é nos rios e rochedos, assembleias a céu aberto, onde elas ecoam suas vozes, fora do alcance do controle ideológico, questionando os problemas do dia a dia das suas comunidades, como a poligamia, a fuga à paternidade, em gesto de escárnio contra as práticas dos homens. |
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dc.description.abstract |
Abstract: In this thesis, the focus is on memory through songs sung by Angolan women, specifically within the Kwilu and Bulunga rivers in the Kwimba municipality (Zaire) and among the rocks in the Ecunya region (Huambo). Based on ethnographic, documentary, and bibliographic research, the thesis aims to contribute to a better possible understanding of the sociocultural reality of the Kongo and Ovimbundu regions, analyzing and interpreting memory through these songs. It also aims to explain how performance is evident in these poetic-musical practices within the realms of visibility and audibility, directed toward a real audience: the performers, specifically within the rivers and rocks, as spaces for scenic interaction. In order to achieve the proposed objectives, the thesis articulates a theoretical and methodological approach through an interdisciplinary slant, creating a unity that is not about reduction but rather a circuit or network of theoretical dialogues across domains of literature, semiotics, anthropology, sociology, history, feminist studies and gender studies. This argumentative articulation led to the understanding that, like any other documents, these songs carry stories and, therefore, reveal the issues experienced by the communities. The enunciation of memories is embedded within poetic-musical practices within the communities, rivers, and rocks (spaces exclusively for women). Despite the performers being members of their communities and having the right to speak, it is argued that their narratives place them within various modes of subjectivity, often through the articulation of silence as self-censorship, given the fact that the heteronormative societies they belong to categorize certain discourses as prohibited. This imposition of prohibition becomes naturalized and excludes certain individuals and narratives. Nevertheless, it is within the rivers and rocks, open-air assemblies, where they echo their voices beyond the reach of ideological control, questioning the day-to-day problems of their communities, such as polygamy, evasion of paternity, in a gesture of mockery against men's practices. |
en |
dc.format.extent |
221 p.| il. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Literatura |
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dc.subject.classification |
Tradição oral |
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dc.subject.classification |
Canções |
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dc.subject.classification |
Memória coletiva |
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dc.subject.classification |
Performance (Arte) |
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dc.title |
Rios e rochedos: espaços de enunciação de memória a partir de canções em trânsito no Kwimba e na Ekunya |
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dc.type |
Tese (Doutorado) |
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dc.contributor.advisor-co |
Severo, Cristine Görski |
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