Histórias de cotidiano e território: contribuições etnográficas em um CRAS de Florianópolis

Abstract

Nesta monografia inscreve-se uma etnografia a partir da experiência de uma estagiária com políticas públicas de assistência social no Norte da Ilha de Florianópolis (SC). A pesquisa objetivou compreender as práticas cotidianas que produzem relações e dinâmicas sociais no território do Centro de Referência de Assistência Social de Canasvieiras. Com base na perspectiva de Michel de Certeau principalmente, os fazeres, estratégias e táticas estudados dizem respeito tanto a trabalhadoras/es desse lugar, como a usuárias/os de seus serviços, em especial a um grupo chamado Cooperativa De Mãos Dadas, que é composto majoritariamente por imigrantes latino-americanos. Acompanhando esse campo duas vezes por semana no período de um ano, ouviu-se histórias de cotidiano em encontros e conversas informais. Isso seja em reuniões, seja em corredores, na copa ou ainda em oficinas, com destaque para uma culinária de arepas venezuelanas. Foram, então, tecidas discussões entre a antropologia e outras áreas de saber, destacadamente com a noção de "território" de Milton Santos.

In this monograph an ethnography is inscribed based on the experience of an intern working with social assistance public policies in the city of Florianópolis (state of Santa Catarina, Brazil). The research aimed to comprehend the everyday life practices that produce relations and social dynamics in the territory of the Canasvieiras Reference Center for Social Assistance (CRAS). Mainly based on Michel de Certeau's perspective, the studied doings, the strategies and tactics concern the workers of this place, as well as the users of its services, specially the participants of a group called Cooperativa (Co-op) De Mãos Dadas, which is mostly composed by Latin-American immigrants. Attending this field twice a week during a year, stories of everyday life were listened to in regular meetings and informal conversation. This was held either in official meetings, either by the hallways, the pantry, or at workshops, with emphasis on a Venezuelan arepas culinary workshop. Thus, discussions were made with anthropology and other knowledge fields, prominently with the notion of "territory" by Milton Santos.