dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Nascimento, Marcus Vinícius Batista |
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dc.contributor.author |
Fraga, Graziele Lucio Gomes |
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dc.date.accessioned |
2024-02-27T23:22:43Z |
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dc.date.available |
2024-02-27T23:22:43Z |
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dc.date.issued |
2023 |
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dc.identifier.other |
386342 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254472 |
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dc.description |
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, Florianópolis, 2023. |
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dc.description.abstract |
Este trabalho tem como objetivo geral discutir como o surdo se relaciona com a música em diferentes posições: a de tradutor e a de interlocutor da tradução. Para isso, descrevemos e analisamos, a partir de um estudo de caso, alguns fios discursivos presentes na relação dialógica estabelecida pelo tradutor e intérprete surdo, participante da pesquisa, com sua participação em um processo tradutório e interpretativo de músicas para Libras. A pesquisa foi fundamentada na Perspectiva Dialógica de Bakhtin e o Círculo e nos Estudos da Tradução e Interpretação da Língua de Sinais (ETILS). A pesquisa se justifica devido ao cenário atual de aumento da demanda de tradutores e de intérpretes de Libras na esfera artística e ao aparente interesse dos surdos nessas produções, também como tradutores. Durante a pandemia, as lives musicais permitiram a promoção de traduções para Libras de músicas, registradas em várias plataformas da internet. O presente trabalho propõe-se a utilizar um desses registros para tentar responder às perguntas: Como fazer com que a música seja apreciada por pessoas surdas nas suas mais diferentes nuances? A tradução de uma música popular brasileira, contida por sons, pode alcançar os aspectos culturais e estruturais desse interesse em uma língua gesto-visual de pessoas surdas? A participação do sujeito surdo em um processo tradutório influencia essas questões? Para responder a essas questões, adotamos a autoconfrontação, metodologia elaborada pelo linguista Daniel Faita (1992; 1995), como dispositivo metodológico dialógico que permite ao pesquisador observar como o protagonista da atividade se relaciona, extraposto, com aquilo que ele vê de si mesmo. O dispositivo foi utilizado com um tradutor surdo atuante no processo de tradução e interpretação de músicas populares brasileiras durante uma live realizada no período pandêmico. O corpus é constituído, nessa direção, dos enunciados produzidos pelo tradutor durante o processo autoconfrontativo. Para a análise, criamos cinco categorias presentes nos apontamentos apresentados pelo participante e que, do ponto de vista analítico, foram fundamentadas nos preceitos bakhtinianos e no ETILS, sendo elas: estranhamento e excedente de visão, no qual observamos os efeitos dessa relação entre os intérpretes na produção e como o intérprete surge nesse processo; alteridade na interpretação, características claramente vistas na percepção do desenvolvimento profissional surdo pela relação com a equipe; música em Libras: efeito de modalidade, quando percebemos os principais desafios em trabalhar com línguas de modalidades diferentes e a importância da participação do tradutor e intérprete surdo nesse processo; choque de culturas provocado pela música, quando pudemos concluir que, embora existam diferenças culturais, não impedem que músicas em Libras sejam possíveis para esse público e que a presença do surdo é primordial nessa construção; e, por fim, divulgar ao se pensar em traduções de canções, apresentando reflexões a partir dos enunciados do participante para boas práticas. Esperamos que, com esse estudo, haja uma ampliação da discussão sobre os direitos de pessoas surdas aos meios culturais, incluindo sua participação ativa, bem como sobre os diferentes lugares interlocutivos dos surdos nos processos de tradução e de interpretação. |
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dc.description.abstract |
Abstract: This study?s general objective is to discuss how the deaf person relates to music in different positions: as a translator, and as the translation?s interlocutor. Thus, we describe and analyze, through a case study, some discursive threads in the dialogic relationship established by the participating deaf translator and interpreter, with their participation in a translational and interpretive process of songs to Brazilian Sign Language. This research is based on Bakhtin and the Circle?s Dialogic Perspective and the Studies of Translation and Interpretation of Sign Language and is justified by the current increasing demand for Libras translators and interpreters in the artistic sphere and the apparent interest of the deaf in these productions, also as translators. During the pandemic, musical live broadcasts boosted sign language song translation on many internet platforms. We use one of these records to try to answer these questions: How can music be appreciated by deaf people in its different nuances? Can the translation of a Brazilian popular song, constituted by sounds, reach the cultural and structural aspects of this phenomenon in a deaf gesture-visual language? Does the participation of the deaf subject in a translational process influence these issues somehow? To answer these questions, we applied a methodology developed by Faita (1992; 1995), autoconfrontation, as a dialogical methodological device that allows the researcher to observe how the protagonist of the activity relates with what they see of themselves from an outside perspective. The methodology was applied on a deaf translator with an active role in the process of translation and interpretation of Brazilian popular songs during a live in the pandemic period. The corpus consists of the statements produced by the translator during the autoconfrontative process. For the analysis, we created five categories present in the participant?s notes and, from an analytical point of view, they were grounded in Bakhtinian precepts and in Studies of Translation and Interpretation of Sign Language: estrangement and surplus of vision, in which we observe the effects of the relationship between interpreters in the production and how the deaf interpreter perceived himself in this process; otherness in interpretation, phenomenon clearly seen in the perception of the deaf professional?s development through the relationship with the team; music in sign language: modality effect, when we perceive the main challenges in working with languages of different modalities and the importance of the deaf translator and interpreter?s participation in this process; culture shock caused by music, when we concluded that, although cultural differences exist, they do not prevent songs performed in sign language from being possible for this audience and that the presence of the deaf is essential in this construction; and, finally, necessary discussions when thinking about song translations, presenting reflections from the statements of the participant for good practices. We hope that, with this study, there will be an expansion of the discussion on the rights of deaf people to cultural media, including their active participation, as well as on the different interlocutive places of the deaf in translation and interpretation processes. |
en |
dc.format.extent |
138 p.| il. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Tradução e interpretação |
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dc.subject.classification |
Tradutores |
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dc.subject.classification |
Surdos |
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dc.subject.classification |
Intérpretes para surdos |
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dc.subject.classification |
Língua brasileira de sinais |
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dc.subject.classification |
Música popular |
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dc.subject.classification |
Análise do discurso |
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dc.subject.classification |
Pandemias |
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dc.title |
Relações dialógicas entre um tradutor e intérprete surdo e a sua atuação: um estudo de caso sobre o trabalho em equipe na tradução e interpretação de músicas
populares para a Libras |
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dc.type |
Dissertação (Mestrado) |
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