Práticas pedagógicas e a (re)produção da generificação de meninas e meninos na educação infantil em narrativas de artigos científicos

Abstract

O presente Trabalho de Conclusão de Curso teve como objetivo geral compreender como as práticas pedagógicas (re)produzem a generificação dos corpos das crianças na Educação Infantil. Esta pesquisa se caracteriza como bibliográfica de natureza qualitativa. Para isso, fora realizado um levantamento de artigos científicos nas plataformas da CAPES e SciELO, utilizando como palavras-chave “práticas educativas; gênero; crianças” para primeira, e “gênero e educação infantil” para segunda, no recorte temporal de 2014 – 2022. Tomamos como ponto de partida três eixos para análise que visavam: a) mapear como as/os autoras/es fazem a relação entre práticas docentes e a construção da heteronormatividade; b) pesquisar como as relações de gênero se fazem presentes e são representadas no contexto da Educação Infantil por meio das produções das/os autoras/es; e c) refletir sobre como algumas ações das professoras podem atuar como um instrumento de controle e disciplinarização dos corpos. A etapa da Educação Infantil, por ser muitas vezes o primeiro espaço em que a criança vai ter contato com o mundo fora de sua “bolha”, se caracteriza como sendo essencial para o desenvolvimento da identidade das crianças. E nossos corpos são condicionados à um padrão de comportamento, de ser e estar no mundo, com base em ideias generificadas de ser menina e menino que incidem sobre os sujeitos a partir dos cenários vividos. Os artigos analisados trouxeram subsídios para que pensemos a atuação docente frente às relações de gênero, e como determinadas práticas pedagógicas condicionam as crianças para a normatização de seus corpos. Pudemos analisar cenas cotidianas das creches e pré-escolas, falas e discursos de professoras/es, as ausências das relações de gênero nos documentos oficiais e também as reflexões das/os autoras/es. Percebeu-se a questão da relação com as famílias, dos valores morais e da formação docente – ou da falta dela – como principais atravessadores e agentes determinantes da maneira como a atuação docente é desenvolvida.