O clássico no ensino: diálogos a partir da pedagogia histórico-crítica

Abstract

O presente trabalho teve como objetivo compreender como o ensino dos clássicos na escola se relaciona com a defesa de uma educação emancipatória. Para realizar essa investigação considerou-se necessário primeiro definir o que seria uma educação emancipatória, para, então, adentrar na problemática central desta investigação. A conceituação da compreensão de “clássico” no ensino foi realizada a partir de duas ações metodológicas gerais: um diálogo com as obras de referência da pedagogia histórico-crítica (Escola e Democracia, 1983 e Pedagogia Histórico-Crítica: primeiras aproximações, 1991; de Demerval Saviani) e um diálogo com autores contemporâneos comprometidos em desenvolver essa teoria pedagógica. Como síntese, a partir dessa elaboração, destacam-se algumas temáticas orientadoras para a compreensão do “clássico” no ensino, sendo elas: a necessidade humana que gera o conhecimento é o critério principal para a seleção e organização dos conteúdos a serem ensinados; a apreensão da cultura historicamente produzida pela humanidade no trabalho escolar não se confunde ao ensino da “cultura erudita” em oposição à “cultura popular”; a impossibilidade de conceber a educação desvinculando-a da sociedade de classes em que vivemos. Desta forma, fica a relevância de alçar a discussão em relação ao conteúdo como basilar para a organização de um trabalho educativo que se coloque no movimento de construção de uma educação emancipadora.