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A presente pesquisa teve como objetivo central compreender as relações específicas entre a brincadeira de papéis sociais e a formação dos afetos nas crianças, para isso, buscamos sistematizar e compreender as relações entre essa atividade e o desenvolvimento humano, tendo como base os estudos de autores da psicologia histórico-cultural – sobretudo Elkonin, Leontiev e Vigotski. Foram formuladas duas perguntas centrais: como a brincadeira de papéis sociais, que reconstitui o conjunto de relações e valores sociais dos papéis circundantes à realidade da criança, pode contribuir para a formação dos afetos? Como nós, professores(as), podemos atuar para potencializar o desenvolvimento dessa brincadeira, bem como contribuir para que as crianças vivenciem um caminho potencial de reflexão sobre o agir diante das coisas e das pessoas? Metodologicamente, a pesquisa foi realizada a partir de três ações centrais: uma investigação bibliográfica em diálogo com alguns dos autores clássicos da psicologia histórico-cultural que abordam a brincadeira de papéis sociais; o exercício analítico de dialogar com algumas situações empíricas do livro Psicologia do jogo, de Elkonin; e uma revisão de artigos contemporâneos que investigam a brincadeira de papéis sociais e a formação dos processos afetivos. Como síntese, discute-se a origem social dos afetos, a sua reconstituição na brincadeira de papéis por meio das referências de conduta que as crianças possuem, assim como a sua mudança de lugar na estrutura dessa atividade infantil, ou seja, antecedendo a realização de suas ações como uma espécie de força reguladora de sua conduta. Sendo assim, acreditamos que o planejamento da brincadeira de papéis, e a intervenção mediativa crítica do(a) professor(a), de modo a mostrar e agir com as crianças no brincar para além do seu conhecimento cotidiano, se constitui como uma importante atuação pedagógica capaz de possibilitar nelas uma relação cada vez mais autônoma com o brincar e, ao mesmo tempo, desenvolver uma recepção emocionalmente crítica ao vivenciar determinadas posturas perante seus pares, bem como contestar relações sociais pautadas em estereótipos, preconceitos e que discriminam a diferença como sinal de desigualdade. |
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