dc.contributor |
Universidade Federal de Santa Catarina |
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dc.contributor.advisor |
Sell, Carlos Eduardo |
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dc.contributor.author |
Bolda, Bruna dos Santos |
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dc.date.accessioned |
2024-03-28T23:23:36Z |
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dc.date.available |
2024-03-28T23:23:36Z |
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dc.date.issued |
2024 |
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dc.identifier.other |
386703 |
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dc.identifier.uri |
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254878 |
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dc.description |
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Ciência Política, Florianópolis, 2024. |
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dc.description.abstract |
O estudo busca seguir a trilha dos esforços da weberologia atual, seja na perspectiva de um programa de pesquisa, seja na de um paradigma, pretendendo explicitar os pressupostos ontológicos do método sociológico de Max Weber à luz do diálogo com algumas das principais tendências da virada ontológica nas ciências sociais. Para tanto, foi realizada uma investigação histórica do problema (exegese da teoria de Weber) com intenção sistemática em interlocução com: i) o multinaturalismo de Viveiros de Castro, a fim de discutir a relação entre natureza e cultura; ii) com a filosofia analítica de Epstein e Schmid, no que concerne à natureza e às propriedades do nível micro; e iii) com a emergência relacional de Elder-Vass, em relação à ontologia das macroentidades sociais. Seguindo esse escopo, a questão preliminar da i) relação entre natureza e cultura consiste, em Weber, no potencial do ?ente? substantivo (indivíduo) de criar a realidade social a partir do seu potencial físico-biológico e para além dele, afinal, somente o indivíduo dispende de uma capacidade subjetiva de atribuir sentido ao mundo e se posicionar frente a outros sujeitos. Havendo, sob esse aspecto, uma ontologia estratificada entre natureza e cultura, pois ambas são consideradas entidades hierarquizadas, visto que a cultura é um fenômeno emergente das propriedades da natureza. Já no ii) nível micro das ações sociais, há relações emergentes (nesse caso, como forma do social), dada a irredutibilidade das macroentidades a partir de duas transições ontológicas vislumbradas por Epstein. A realidade social está ancorada (anchoring) sobre a criação direta dos indivíduos e suas ações sociais, pois elas, a partir do sentido intencionado mentalmente, conectam expectativas de ações alheias. À medida em que a criação social se torna mais estável, tal como com o conteúdo de sentido normativo das ordens sociais, ela fundamenta (grounding) o social. Isso somente é possível graças a uma propriedade categórica (realidade material) das ações sociais: a intencionalidade compartilhada. Acerca disso, a teoria de Schmid fornece subsídios ontológicos para afirmar, em perspectiva processualista, a capacidade humana de criar fenômenos coletivos mentais coordenados. Nesse intento, a teoria de Weber opera a intencionalidade compartilhada em dois níveis: na projeção mental individual de sentido (realizada pelo indivíduo substantivo considerando os demais indivíduos ? anchoring) e na projeção mental compartilhada dos indivíduos (mutuamente ajustada aos demais agentes ? grounding). Por fim, iii) no nível macro, a teoria de Weber pressupõe uma emergência relacional (no sentido de Elder-Vass), visto que os macrofenômenos emergem a partir da configuração própria das entidades micro. Assim, para que o ?social? exista, é necessário que novas propriedades se formem, por meio da criação de regras de funcionamento e estruturas internas de poder das organizações ou da legitimidade das ordens sociais. Essa dupla categorização integra a forma (ou a estrutura social das organizações) ao caráter substantivo-normativo (com as máximas das instituições, ou ordens sociais). Em síntese, Weber possui uma ontologia social relacional-eventualística que emerge (emergência fraca) tanto das capacidades intrínsecas dos indivíduos (entes substantivos naturais) quanto de suas interações reais e mentais, a ponto de gerar novas propriedades em nível macro, tais como as normas sociais. |
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dc.description.abstract |
Abstract: The research aims to trace the recent evolution of the Weberian approach, both from the perspective of a research program and from the viewpoint of a paradigm. The intention is to elucidate the ontological assumptions of Max Weber's sociological method, taking into account the context of contemporary discussions related to the ontological turn in the social sciences. To achieve this objective, a historical research centered on the exegesis of Weber's theory was conducted, characterized by a systematic approach, in dialogue with: i) the multinaturalism proposed by Viveiros de Castro, to explore the relationship between nature and culture; ii) the analytical philosophy of Epstein and Schmid, focusing on the nature and properties of the micro-level; and iii) Elder-Vass's relational emergence approach, within the context of the ontology of macro-level social entities. Within this context, the initial question regarding i) the relationship between nature and culture, as outlined by Weber, lies in the potential of the substantive ?entity? (individual) to create social reality not only based on its physical-biological potential but also transcending it. Essentially, only the individual possesses the subjective capacity to attribute meaning to the world and to position oneself in relation to other subjects. In this sense, a stratified ontology between nature and culture emerges, as both are conceived as hierarchized entities, considering that culture manifests as an emergent phenomenon from the inherent properties of nature. At the ii) micro level of social actions, there are emerging relations (in this case, as a ?form of the social?), given the irreducibility of macro-level entities through two ontological transitions envisioned by Epstein. The grounding of social reality is ?anchoring? upon the direct creation of individuals and their social actions, as these, through mentally intended meaning, establish connections with the anticipated actions of other agents. As social creation becomes more stable, particularly concerning the normative content of social orders, it becomes the fundamental basis (grounding) of the social realm. This facilitation is exclusively possible due to a categorical property (material reality) intrinsic to social actions: shared intentionality. Regarding this matter, Schmid's theory provides ontological contributions to support, from a processual perspective, the human capacity to generate coordinated collective mental phenomena. In this regard, Weber's theory operates with shared intentionality on two levels: in the individual mental projection of meaning (performed by the substantive individual considering other individuals ? anchoring) and in the shared mental projection of individuals (mutually adjusted with other agents ? grounding). Lastly, at the macro-level (iii), Weber's theory posits a relational emergence (in the sense proposed by Elder-Vass), given that macro-phenomena arise from the intrinsic configuration of micro entities. Therefore, for the existence of the \"social\" domain, it is imperative that new properties take shape, whether through the establishment of operational rules and internal power structures within organizations or through the legitimacy of social orders. This dual categorization integrates the form (or the social structure of organizations) with the substantive normative character (through institutional maxims or social orders). In summary, Weber presents a ?relational-eventualistic? social ontology that emerges (characterized by ?weak emergence?), both from the intrinsic capacities of individuals (characterized by natural substantive entities) and from their real and mental interactions. This process culminates in the generation of new properties at the macro-level, exemplified, for instance, by social norms. |
en |
dc.format.extent |
234 p.| il. |
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dc.language.iso |
por |
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dc.subject.classification |
Sociologia política |
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dc.subject.classification |
Ontologia |
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dc.subject.classification |
Emergências |
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dc.title |
A ontologia social de Max Weber |
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dc.type |
Tese (Doutorado) |
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