Historicidade e realismo: um estudo a partir de O romance histórico (1936)

Abstract

A presente pesquisa tem como objetivo investigar o desdobramento da estética de maturidade do filósofo húngaro György Lukács (1885-1971), a partir de uma releitura de O romance histórico (1936). O objeto central de nossa investigação consiste em uma revisão bibliográfica a partir das categorias de historicidade e realismo. A dissertação tem como baliza a reconstrução do problema da forma artístico-literária (o romance). Na pesquisa, traçaremos um procedimento de leitura centrado tanto nos textos de Lukács quanto de alguns de seus intérpretes, por intermédio de trabalhos que evidenciem os contornos segundo a ideia de historicidade e realismo. Nas formulações teóricas que têm como pressuposto o problema da autonomia da arte, o filósofo parte da concepção de que o elemento próprio da arte é apresentado como aquilo que retrata, representa, narra, encena e enriquece esteticamente a vida dos seres humanos em sociedade. Assim, é pela grande literatura que a teoria de Lukács se desenvolve mais amplamente, na tipificação dos gêneros artístico-literários, pois a arte é portadora de um sentido criativo que possibilita vivificar a experiência social para além da imediaticidade do cotidiano ? o que ele trabalha pela via do ?realismo?.

Abstract: The present research aims to investigate the unfolding of the maturity aesthetics in the work of the Hungarian philosopher György Lukács (1885-1971) based on a reinterpretation of The Historical Novel (1936). The central focus of our investigation consists of a literature review using the categories of historicity and realism. The dissertation is guided by the reconstruction of the problem of artistic-literary form (the novel). In the research, we will outline a reading procedure centered on both Lukács' texts and some of his interpreters, through works that highlight the outlines according to the ideas of historicity and realism. In theoretical formulations that presuppose the problem of the autonomy of art, the philosopher starts from the conception that the inherent element of art is presented as that which portrays, represents, narrates, stages, and aesthetically enriches the lives of human beings in society. Thus, it is through great literature that Lukács? theory develops itself more comprehensively, in the typification of artistic-literary genres, as art carries a creative sense that allows for revitalizing social experience beyond the immediacy of everyday life ? something he works on through ?realism?.