Trabalho decente como pressuposto de felicidade no trabalho: um estudo misto com estatutários e terceirizados de uma Organização Pública Federal

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Trabalho decente como pressuposto de felicidade no trabalho: um estudo misto com estatutários e terceirizados de uma Organização Pública Federal

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Silva, Narbal
dc.contributor.author Colares, Cléria Vergilino Flores Nunes
dc.date.accessioned 2024-04-20T23:22:27Z
dc.date.available 2024-04-20T23:22:27Z
dc.date.issued 2023
dc.identifier.other 385125
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/254999
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2023.
dc.description.abstract Uma das formas de enfrentamento dos desafios impostos ao mundo do trabalho neste Século XXI é a concretização do conceito de Trabalho Decente. Criado pela Organização Internacional do Trabalho, em 1999, e ratificado pela Organização das Nações Unidas, em 2015 ? no seu 8o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável ?, Trabalho Decente é a aspiração de trabalho digno e significativo para todos os trabalhadores. No contexto organizacional, pesquisas empíricas têm associado Trabalho Decente a emoções e comportamentos positivos, relacionando o conceito a engajamento, motivação, autonomia, comportamento de voz positivo, entre outros fenômenos psicológicos. Porém, não foram encontrados estudos que investigassem as relações entre Trabalho Decente e Felicidade no Trabalho, conceito-chave para o movimento da Psicologia Positiva. A fim de preencher esta lacuna, a presente dissertação, construída no formato de três artigos, buscou compreender as relações entre Trabalho Decente e Felicidade no Trabalho. O primeiro estudo foi uma revisão de literatura que investigou como a Psicologia das Organizações e do Trabalho, entre outras áreas do conhecimento, como Administração e Economia, tem abordado o conceito no âmbito organizacional. O segundo estudo, de caráter quantitativo, aplicou o Questionário de Trabalho Decente (QTD) e o Inventário de Felicidade no Trabalho (IFT) em uma amostra de 387 trabalhadores de uma organização pública federal brasileira, subdivididos entre estatutários (n=333) e terceirizados (n=54). A partir dos resultados encontrados, pode-se compreender que Trabalho Decente está positivamente relacionado à percepção de felicidade no contexto laboral e que há uma tendência positiva de quanto maior Trabalho Decente, maior a percepção de Felicidade no Trabalho. Os resultados demonstraram, ainda, que as sete dimensões psicológicas de Trabalho Decente predizem positivamente Felicidade no Trabalho em suas dimensões Psicossocial, Transcendental e Material de Existência. Após análises de correlação e regressão, sugere-se que na amostra pesquisada a dimensão Psicossocial é a mais significativa para a percepção de Felicidade no Trabalho, seguida das dimensões Transcendental e Material de Existência. Além disso, elas se correlacionam fortemente com as respectivas dimensões ?Princípios e Valores Fundamentais do Trabalho?, ?Trabalho Produtivo e Realizador? e ?Tempo e carga horária de trabalho adequadas?, do Questionário de Trabalho Decente. Estas três dimensões do QTD, somadas à ?Saúde e Segurança? explicam 85% do fenômeno Felicidade no Trabalho, mensurado pelo IFT. Também não foi encontrada diferença significativa na percepção de Trabalho Decente e Felicidade no Trabalho entre estatutários e terceirizados, tendo estes últimos um escore total superior em ambos os instrumentos. O terceiro estudo teve como objetivo aprofundar a compreensão dos fenômenos pesquisados. Para tanto, realizou 20 entrevistas semiestruturadas com os trabalhadores respondentes que se voluntariaram para a etapa qualitativa da pesquisa (estatutários n=10; terceirizados n=10). Os resultados confirmaram estudo anterior em relação à importância da dimensão Psicossocial na construção da percepção positiva de Trabalho Decente e de Felicidade no Trabalho, por meio do respeito, acolhimento e apoio organizacional. Porém, na fase qualitativa, os terceirizados elegeram a dimensão Material de Existência como a segunda mais importante para a percepção de Felicidade no Trabalho, o que difere dos resultados anteriormente analisados. Além disso, foi observado que nesta etapa os terceirizados deram maior relevância à dimensão ?Proteção Social? de Trabalho Decente, com a expectativa de aposentadoria e de proteção em caso de doença. Em relação aos estatutários, as valências encontradas se mantiveram iguais ao do estudo quantitativo, ao ressaltarem que o teletrabalho implantado compulsoriamente por conta da pandemia causada pela Covid-19 trouxe maiores oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional, atributo da dimensão Transcendental de Felicidade no Trabalho. Na etapa final da dissertação, a partir da triangulação dos três estudos, defende-se o papel da Psicologia Organizacional e do Trabalho na promoção das dimensões psicológicas de Trabalho Decente como ferramentas e indicadores organizacionais, promotores do estado psicológico de Felicidade no Trabalho. Além disso, restou demonstrada a confiabilidade do IFT como instrumento para mensurar um construto tão complexo quanto Felicidade no Trabalho. Também foi apontada a transversalidade e interrelação das dimensões do IFT, conforme apontado na literatura. Cita-se como exemplo, as questões relacionadas às ações de treinamentos ofertadas pela organização, que apesar de pertencerem à dimensão Material de Existência, associam-se principalmente com os aspectos transcendentais desse construto. Assim, a partir das relações encontradas entre Trabalho Decente com o estado de Felicidade no Trabalho e suas dimensões psicológicas, pretende-se subsidiar futuras intervenções e práticas organizacionais e de gestão, como ações de qualidade de vida no trabalho, construídas sob a perspectiva da Psicologia Positiva.
dc.description.abstract Abstract: One of the ways to face the fiscal challenges in the world of work in this 21st Century is to implement the concept of Decent Work. Created by the International Labor Organization in 1999 and ratified by the United Nations in 2015 ? in its 8th Sustainable Development Goal ?, Decent Work is an aspiration for dignified and meaningful work for all workers. In the organizational context, empirical research has associated Decent Work with positive emotions and behavior, relating the concept to engagement, motivation, autonomy, positive voice behavior, among other psychological phenomena. However, no studies were found that investigated the relationship between Decent Work and Happiness at Work, a key concept for the Positive Psychology movement. In order to fill this gap, this dissertation, built in the format of three articles, sought to understand the relationship between Decent Work and Happiness at Work. The first study was a literature review that investigated how the Psychology of Organizations and Work, among other areas of knowledge, such as dministration and Economics, has understood the concept in the organizational context. The second study, of a quantitative nature, applied the Decent Work Questionnaire (QTD) and the Happiness at Work Inventory (IFT) to a sample of 387 workers from a Brazilian federal public organization, subdivided into statutory (n=333) and outsourced workers (n=54). Based on the results found, it can be understood that Decent Work is positively related to the perception of happiness in the work context and that there is a positive tendency for the greater the amount of Decent Work, the greater the perception of Happiness at Work. The results also showed that the seven psychological dimensions of Decent Work positively predict Happiness at Work in its Psychosocial, Transcendental and Material Existence dimensions. After correlation and regression analyses, it is suggested that in the researched sample the Psychosocial dimension is the most significant for the perception of Happiness at Work, followed by the Transcendental and Material Existence dimensions. In addition, they are strongly correlated with the respective dimensions \"Fundamental Principles and Values at Work\", \"Productive and Fulfilling Work\" and \"Adequate Time and Hours of Work\", of the Decent Work Questionnaire. These three QTD dimensions, added to ?Health and Safety? explain 85% of the Happiness at Work phenomenon, measured by the IFT. Also, no significant difference was found in the perception of Decent Work and Happiness at Work between statutory and outsourced workers, with the latter having a higher total score in both instruments. The third study aimed to deepen the understanding of the researched phenomena. To this end, 20 semi-structured interviews were carried out with the respondent workers who volunteered for the qualitative stage of the research (statutory workers n=10; outsourced workers n=10). The results confirmed a previous study regarding the importance of the Psychosocial dimension in building a positive perception of Decent Work and Happiness at Work, through respect, acceptance and organizational support. However, in the qualitative phase, outsourced workers chose the Material Existence dimension as the second most important for the perception of Happiness at Work, which differs from the previously analyzed results. In addition, it was observed that at this stage, outsourced workers gave greater importance to the ?Social Protection? dimension of Decent Work, with the expectation of retirement and protection in case of illness. With regard to statutory employees, the values found remained the same as in the quantitative study, as they highlighted that telecommuting, implemented compulsorily due to the pandemic caused by Covid-19, brought greater opportunities for personal and professional development, an attribute of the Transcendental dimension of Happiness at Work. In the final stage of the dissertation, based on the triangulation of the three studies, the role of Organizational and Work Psychology is defended in promoting the psychological dimensions of Decent Work as organizational tools and indicators, promoters of the sychological state of Happiness at Work. In addition, the reliability of the IFT as an instrument to measure a construct as complex as Happiness at Work has been demonstrated. The transversality and interrelation of the dimensions of the IFT were also pointed out, as pointed out in the literature. As an example, issues related to training actions offered by the organization are cited, which despite belonging to the Material Existence dimension, are mainly associated with the transcendental aspects of this construct. Thus, based on the relationships found between Decent Work and the state of Happiness at Work and its psychological dimensions, it is intended to subsidize future interventions and organizational and management practices, such as quality of life at work actions, built from the perspective of Psychology Positive. en
dc.format.extent 187 p.| il., tabs.
dc.language.iso por
dc.subject.classification Psicologia
dc.subject.classification Trabalho
dc.subject.classification Felicidade
dc.subject.classification Psicologia positiva
dc.subject.classification Qualidade de vida no trabalho
dc.subject.classification Órgãos públicos
dc.title Trabalho decente como pressuposto de felicidade no trabalho: um estudo misto com estatutários e terceirizados de uma Organização Pública Federal
dc.type Dissertação (Mestrado)


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