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Neste memorial descritivo procuro refletir sobre a ideia de corpos estranhos a partir
do meu corpo, do que estranho, do meu corpo estranho/queer, com referência nas
experiências corporais que tive e tenho. Utilizando a autoetnografia como
metodologia de pesquisa artística, compartilho aspectos da minha formação
corporal, percepções e situações que provocaram a observação dos limites, mas
também das frestas do meu “caixote”, fazendo conexões com pensamentos de
autores como Ailton Krenak e Daniel Munduruku. Descrevo algumas experiências
que tive acesso e alimentaram minhas pesquisas no contexto do Curso de Artes
Cênicas da UFSC e fora dele também, relacionadas à teoria queer, corpo ciborgue,
manifesto contrassexual, palhaçaria, monstruosidade e técnica Klauss Vianna.
Relato também, os laboratórios de experiências com corpo estranho, “Lab
estranhe”, nos quais compartilhei com outros corpos estranhos partes dessas
experiências, me desafiando como propositore, além de pesquisadore. Por fim,
apresento a continuidade dos laboratórios, que foi a dança/performance: Corpo, que
er, estranho ! ? !, na qual, us participantes do “Lab Estranhe” e eu, pudemos
expandir ainda mais as frestas dos caixotes, compartilhando com outras pessoas
essas estranhezas que foram pesquisadas, tentando incentivá-las a se estranharem
e, quem sabe, abraçar o fracasso. |
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