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O objetivo do estudo foi determinar o perfil transfusional dos pacientes com doença falciforme (DF) atendidos pela hemorrede de Santa Catarina, para identificar desafios relacionados à compatibilização de hemocomponentes a esses indivíduos. Foram incluídos 130 indivíduos diagnosticados com DF atendidos pelo HEMOSC, cadastrados no sistema institucional HemoSIS e no sistema Hemovida Web – Doença Falciforme, cujo cadastro no sistema Hemovida Web – Doença Falciforme foi realizado entre os anos de 2015 a 2020. Foram avaliados os dados sociodemográficos e transfusionais dos pacientes. Observou-se a predominância de pacientes do sexo masculino (52,3%), negros (52,3%) e brasileiros (95,4%). A idade dos pacientes variou entre dezoito e 62 anos. Em relação à naturalidade, observou-se que os pacientes foram procedentes de diferentes regiões do Brasil, mas a região de naturalidade da maioria dos pacientes foi a região Sul (72,6%). Quanto à terapia transfusional, constatou-se que a transfusão sanguínea foi uma importante ferramenta utilizada no manejo dos pacientes com DF na hemorrede de Santa Catarina, já que a maioria dos pacientes apresentou histórico transfusional (83,1%) e recebeu múltiplas transfusões (43,5%). A aloimunização é um dos principais desafios no manejo transfusional dos pacientes com DF. Neste estudo, observou-se que a produção de aloanticorpos ocorreu em 26,7% dos pacientes. Além disso, a maioria dos indivíduos produziu aloanticorpos de única especificidade (68%), entretanto, foi constatada a produção de múltiplos aloanticorpos em nove pacientes. Os aloanticorpos contra antígenos dos sistemas Rh e Kell estiveram presentes na maioria das associações. Nos pacientes com múltiplos anticorpos, o número de indivíduos com fenótipo compatível com o dos pacientes que produziram aloanticorpos de duas ou três diferentes especificidades reduziu para mais da metade em comparação aos pacientes que produziram um único tipo de aloanticorpo. Esse número reduziu em mais de dez vezes quando houve a produção de quatro diferentes tipos de aloanticorpos. Quanto à especificidade dos aloanticorpos identificados, a maioria dos aloanticorpos foram dirigidos contra antígenos dos sistemas Rh (48,8%) e Kell (12,2%). O aloanticorpo Anti-E foi o aloanticorpo mais produzido pelos pacientes aloimunizados (36,6%). Em relação ao fenótipo eritrocitário, na classificação ABO/RhD, os fenótipos O RhD positivo (58,7%) e A RhD positivo (19,3%) foram predominantes nos pacientes. A maioria dos pacientes foi fenotipada para os principais antígenos dos sistemas Rh, Kell, Kidd, Duffy e MNS. Os fenótipos prevalentes entre os pacientes foram o R1r (31,1%) para o sistema Rh, Fy(a-b+) (36,2%) para o sistema Duffy, Jk(a+b+) (49,5%) para o sistema Kidd e S- s+ (61,5%) para o sistema MNS. É possível que os potenciais desafios enfrentados pela instituição estejam relacionados à obtenção do histórico transfusional completo dos pacientes procedentes de instituições externas às da hemorrede e a disponibilização de concentrados de hemácias com fenótipo compatível aos pacientes com DF, principalmente no que diz respeito aos pacientes aloimunizados e àqueles que apresentam perfis fenotípicos diferentes dos encontrados na população catarinense. |
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