A base monetária e seus efeitos sobre o nível de senhoriagem e imposto inflacionário na Argentina durante o período de dezembro de 2019 a dezembro de 2023

Abstract

After winning the elections, Alberto Fernández assumed the presidency of Argentina in December 2019. His inauguration took place in a recessionary and inflationary context in the Argentine economy, with an accumulated inflation rate of over 50% in the last year. This period was characterized by a public and external debt crisis, as well as rising levels of poverty and unemployment. Additionally, the COVID-19 pandemic in early 2020 forced the country to reassess its economic priorities, one of which was to opt for expanding the monetary base as a means of financing the deficit. The study aims to analyze the impacts of Argentina’s monetary base expansion from December 2019 to December 2023 on the level of seigniorage and inflation tax. Initially, the conceptualization of monetary and fiscal policies, monetary base, seigniorage, and inflation tax is presented. Through statistical and graphical analysis of data retrieved from the Central Bank of the Argentine Republic (BCRA) and the National Institute of Statistics and Censuses (INDEC), the results indicate that during this period, there was fiscal dominance. The government utilized the expansion of the monetary base as a means to collect seigniorage for deficit payment. Empirical evidence confirms that inflation reduces real monetary holdings, directly affecting currency holders as an asset. Finally, with the increase in monetary expansion, both measures of currency devaluation follow a similar trajectory: as inflation rises, the level of inflation tax increases, while government revenue from seigniorage declines.

Após vencer as eleições, Alberto Fernández assumiu a presidência da Argentina em dezembro de 2019. Sua posse ocorreu em um contexto recessivo e inflacionário na economia argentina, com mais de 50% de inflação acumulada no último ano, caracterizado por uma crise de endividamento público e externo, além do aumento dos níveis de pobreza e desemprego. Além disso, a pandemia de COVID-19 no início de 2020 obrigou o país a reavaliar suas prioridades econômicas, uma delas foi optar pela expansão da base monetária como meio de financiamento do déficit. O trabalho busca analisar os impactos da expansão da base monetária da Argentina durante o período de dezembro de 2019 a dezembro de 2023 sobre o nível de senhoriagem e o imposto inflacionário. Inicialmente apresenta-se a conceituação de políticas monetária e fiscal, base monetária, senhoriagem e imposto inflacionário. Através da análise estatística e gráfica da base de dados retirados do Banco Central de la República Argentina (BCRA) e do Instituto Nacional de Estadística y Censos (INDEC), ao analisar os resultados, pode-se observar que durante o período, houve uma dominância fiscal, no qual o governo utilizou da expansão da base monetária como forma de arrecadar senhoriagem para o pagamento do déficit fiscal. É possível observar que para o caso da Argentina, durante o período, se comprova a evidência empírica de que a inflação reduz os encaixes monetários reais, afetando diretamente os detentores de moeda como um ativo. Por fim, com o aumento da expansão monetária, observa-se que ambas as formas de medir a perda de valor da moeda possuem uma trajetória similar, no qual, com o aumento da inflação, o nível de imposto inflacionário aumenta e o valor de arrecadação do governo pela senhoriagem cai.