O impacto da respiração bucal no desenvolvimento craniofacial: uma revisão de literatura

Abstract

A relação entre a respiração bucal e o desenvolvimento de maloclusão tem sido amplamente documentada na literatura científica há muitos anos. Ainda assim, estudos recentes trazem resultados que questionam essa afirmativa e enfatizam a necessidade de esclarecimentos na área. Para isso, foi realizada uma pesquisa bibliográfica abrangente de artigos na base de dados Pubmed de artigos com temática relacionada à associação do desenvolvimento craniofacial e a respiração bucal, publicados a partir dos anos 2000, nos idiomas inglês e português, disponíveis na íntegra pela plataforma. Os resultados revelaram uma variedade de estudos atualizados que exploram a respiração bucal e suas ramificações, incluindo fatores etiológicos associados, podendo ser hipertrofia de adenóides, inflamação nasal devido a rinite alérgica, crônica e sinusite, bem como desvio de septo, hipertrofia de cornetos ou respiração bucal funcional, sem fator etiológico associado. As implicações da respiração bucal na morfologia maxilofacial abrangem alterações adaptativas de tecidos orais como língua, lábios e bochechas; e alterações dentoesqueléticas como maloclusões de classe II, III, mordida aberta e mordida cruzada. Apesar de comprovada a relação entre as variáveis, é necessário esclarecimentos na área sobre o tipo de causalidade e dados que apurem a quantificação do hábito; e a conscientização deste tema aos profissionais de saúde de modo que o diagnóstico da respiração bucal aconteça em tempo hábil e previna problemas ortodônticos futuros.

The relationship between mouth breathing and the development of malocclusion has been widely documented in the scientific literature for many years. Still, recent studies provide results that question this statement and emphasize the need for clarification in the area. To this end, a comprehensive bibliographic search of articles was carried out in the Pubmed database of articles with themes related to the association of craniofacial development and mouth breathing, published since the 2000s, in English and Portuguese, available in full on the platform. The results revealed a variety of updated studies that explore mouth breathing and its ramifications, including associated etiological factors, including adenoid hypertrophy, nasal inflammation due to allergic and chronic rhinitis and sinusitis, as well as deviated septum, turbinate hypertrophy or breathing. functional oral cavity, with no associated etiological factor. The implications of mouth breathing on maxillofacial morphology include adaptive changes in oral tissues such as the tongue, lips and cheeks; and dentoskeletal changes such as class II, III malocclusions, open bite and crossbite. Although the relationship between the variables has been proven, clarification is needed in the area regarding the type of causality and data that determines the quantification of the habit; and raising awareness of this topic among health professionals so that the diagnosis of mouth breathing occurs in a timely manner and prevents future orthodontic problems.