Hazel Kyrk: o apagamento e a importância de sua obra "Theory of Consumption" de 1923

Abstract

Este trabalho tem como objetivo ressaltar as importantes contribuições que a economista Hazel Kyrk conferiu ao estudo do consumo na ciência econômica a partir da publicação de seu livro "Theory of Consumption". Também buscou-se evidenciar o apagamento de sua obra na teoria econômica e o negligenciamento da ciência econômica em relação ao estudo do consumo. Para tal, foi feito um resgate da história do pensamento econômico sobre as teorias do consumo, uma pesquisa bibliométrica, uma análise das ementas das disciplinas obrigatórias relacionadas ao consumo de universidades e/ou faculdades brasileiras, além da exposição das principais contribuições atribuídas a esta obra de Kyrk. Os resultados sugeriram que o consumo é um campo pouco explorado pelos economistas e que Kyrk não teve o reconhecimento que merecia. Ao final, conclui-se que Kyrk trouxe novas perspectivas quanto ao estudo do consumo, rejeitando a teoria mainstream da época, a Teoria Marginal, frisando o caráter social e o viés institucional que o consumo possui e trazendo à luz diversos problemas relacionados a ele que só podem ser pensados ao se debruçar sobre o assunto. Nesse sentido, reforça-se a necessidade de repensar tanto a teoria econômica sobre o consumo como é vista hoje, como a maneira que esse tema é abordado pelas universidades.

This work aims to highlight the important contributions that economist Hazel Kyrk made to the study of consumption in economic science through the publication of her book Theory of Consumption. Wealso sought to highlight the erasure of her work in economic theory and the neglect of economic science in relation to the study of consumption. To this end, a review of the history of economic thought on consumption theories was carried out, a bibliometric research, an analysis of the syllabuses of mandatory subjects related to consumption at Brazilian universities and/or colleges, in addition to the presentation of the main contributions attributed to this work by Kyrk. The results suggested that consumption is a field little explored by economists and that Kyrk did not receive the recognition she deserved. In the end, it is concluded that Kyrk brought new perspectives to the study of consumption, rejecting the mainstream theory of the time, the Marginal Theory, highlighting the social character and institutional bias that consumption has and bringing to light several problems related to it that can only be thought of when looking into the subject. In this sense, the need to rethink both the economic theory on consumption as it is seen today and the way this topic is approached by universities is reinforced.