Abstract:
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Introdução: A doação de órgãos é composta por diversas etapas delicadas e complexas, que compreendem desde a busca ativa e identificação de possíveis doadores, diagnóstico de morte encefálica, cuidados e manutenção do potencial doador, diálogo com a família sobre a doação de órgãos, gestão e atuação na etapa de captação e transplante dos órgãos, e por fim, a liberação do corpo do doador à família. Objetivo: Mapear na literatura científica como ocorre a atuação do enfermeiro na etapa de captação de órgãos sólidos para transplantes. Método: Trata-se de uma revisão de escopo que foi norteada pelas nove etapas do Joanna Briggs Institute (JBI), a saber: 1) definir e alinhar os objetivos e as perguntas, 2) desenvolver e alinhar os critérios de inclusão com os objetivos e questões, 3) descrever a abordagem planejada para busca de evidências, seleção, extração de dados e apresentação das evidências, 4) procurar evidências, 5) selecionar os dados, 6) extrair os dados, 7) analisar os dados, 8) apresentar os resultados e 9) resumir as evidências. Artigos originais disponíveis na íntegra, revisões de literatura, relatos de experiência, manuais, teses, dissertações e literaturas cinzentas, sem recorte temporal, que respondiam à questão da pesquisa foram incluídos no estudo. A busca foi realizada na PubMed/MEDLINE, CINAHL (EBSCO), Cochrane Library, Scopus (Elsevier), LILACS / BDENF e SciELO em março de 2024. Utilizou-se estratégia de busca para cada base de dados. A análise dos dados foi descritiva com sumarização narrativa. Resultados: Dos nove artigos analisados, identificou-se que o enfermeiro possui diversas responsabilidades durante a etapa de captação de órgãos para transplantes, essenciais para o sucesso do processo de doação, porém, pouco exploradas na literatura científica. Os enfermeiros do centro cirúrgico, das comissões hospitalares de transplantes e das organizações de procura de órgãos possuem responsabilidades distintas na etapa de captação, sendo necessária uma articulação entre si para possibilitar a eficácia e segurança na execução da captação. Existem diversas variáveis externas que podem atrasar o horário da captação e impactar no processo, sendo elas: condições clínicas do doador, processos administrativos, disponibilidade de equipes médicas, disponibilidade de infraestrutura, logística de transporte dos órgãos e problemas técnicos. Na etapa de captação, a comunicação deve envolver uma troca ainda mais clara, precisa e contínua de informações entre os profissionais. Os enfermeiros envolvidos nessa etapa podem vivenciar sentimentos complexos, podendo afetar seu emocional e psicológico. A formação continuada dos enfermeiros, o registro de suas ações e a sistematização de sua rotina são elementos relevantes para o êxito do processo de doação e transplante. Considerações finais: Em conclusão, a atuação do enfermeiro na etapa de captação de órgãos para transplantes revelou-se extremamente significativa, exercendo grande influência no processo de doação. Evidenciou-se que a função do enfermeiro em diferentes contextos, é essencial não apenas pelas obrigações administrativas, éticas e logísticas, mas também pelo cuidado humanizado e papel de defensor do doador, demonstrando respeito pelo paciente falecido e empatia para com os familiares. |