Title: | Prevalência de ocitocina durante o trabalho de parto e parto em gestantes de risco habitual e fatores associados na região Sul do Brasil |
Author: | Brum, Manoela |
Abstract: |
Objetivo: Identificar o uso de ocitocina no trabalho de parto e parto em gestantes de risco obstétrico habitual e fatores associados na região Sul do Brasil. Método: Estudo transversal realizado a partir dos dados da pesquisa Nascer no Brasil I. Participaram 1.181 puérperas que entraram em trabalho de parto, em 46 instituições da Região Sul. Os dados foram coletados no ano de 2011 em entrevista com os gestores e puérperas, extraídos dos prontuários e cartões de pré-natal. Foi realizada análise descritiva para cálculo da prevalência das variáveis independentes. Para identificar os fatores associados à variável dependente, foi realizada análise multivariável por meio da Regressão de Poisson com análises brutas e ajustadas e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Foi identificada prevalência de mulheres atendidas em hospitais do interior (74,2%), mistos (66,2%), com título de Hospital Amigo da Criança (60,0%). O pré-natal apresentou prevalência de atendimento por médicos (92,9%), no serviço público (81,8%), seis ou mais consultas (74,3%), orientação sobre início do trabalho de parto (52,2%) e decisão final pelo parto normal (74,1%). Apresentou baixa prevalência de boas práticas: oferta de dieta (18,3%), métodos não farmacológicos para alívio da dor (35,8%) e presença de acompanhante (53,8%); e elevada prevalência de intervenções: posição de litotomia (95,3%), manobra de Kristeller (34,2%) e episiotomia (55,8%). A administração de misoprostol reduziu a chance de utilização da ocitocina (RPaj= 0,5; IC95% 0,4-0,7), o uso de ocitocina aumentou a prescrição de analgésicos (RPaj= 1,2 IC95% 1,1-1,4), da analgesia de parto (RPaj= 1,2 IC95%1,1-1,4) e amniotomia (RPaj= 1,1 IC95% 1,1-1,2). Os resultados também verificaram a prevalência de mulheres na faixa etária de 20 a 34 anos (68,7%), brancas (59,3%), com companheiro (85,7%), uso de ocitocina (56,1%), trabalho de parto induzido (15,6%). Nos desfechos maternos houve elevada prevalência de parto vaginal (88,9%), parto com intervenção (97,6%) e episiotomia (55,2%). Nos desfechos neonatais baixa prevalência de contato pele a pele (48,6%), oferta de seio materno em sala de parto (29,8%) e reanimação neonatal (7,5%). Mulheres com cesariana prévia tiveram menos probabilidade de receber ocitocina (RPaj= 0,9 IC 95% 08-1,0 p= 0,025). O uso de ocitocina aumentou a chance de parto instrumental (RPaj= 1,2 IC95% 1,1-1,4) e realização de alguma intervenção (RPaj= 1,3 IC95%1,1-1,5). Conclusão: Na Região Sul há predomínio de uma assistência intervencionista, que associa o uso de ocitocina a outras práticas e baixa prevalência na realização de boas práticas, com uma assistência obstétrica que não abrange as práticas baseadas em evidências. Abstract: Objective: To identify the use of oxytocin in labor and delivery in pregnant women at usual obstetric risk and associated factors in southern Brazil. Method: Cross-sectional study based on data from the Born in Brazil I survey. 1,181 postpartum women who went into labor participated in 46 institutions in the South Region. Data were collected in 2011 in interviews with managers and postpartum women, extracted from medical records and prenatal cards. Descriptive analysis was performed to calculate the prevalence of independent variables. To identify the factors associated with the dependent variable, a multivariate analysis was performed using Poisson Regression with crude and adjusted analyzes and a 95% confidence interval (95%CI). Results: There was a prevalence of women assisted in hospitals in the interior (74.2%), mixed (66.2%), with the title of Child-Friendly Hospital (60.0%). Prenatal care was attended by physicians (92.9%), in the public service (81.8%), six or more consultations (74.3%), guidance on the onset of labor (52.2%) and final decision for vaginal delivery (74.1%). It showed a low prevalence of good practices: offering a diet (18.3%), nonpharmacological methods for pain relief (35.8%) and presence of a companion (53.8%); and high prevalence of interventions: lithotomy position (95.3%), Kristeller maneuver (34.2%) and episiotomy (55.8%). The administration of misoprostol reduced the chance of using oxytocin (RPaj= 0.5; CI95% 0.4-0.7), the use of oxytocin increased the prescription of analgesics (RPaj= 1.2 CI95% 1.1- 1.4), labor analgesia (RPaj= 1.2 CI95%1.1-1.4) and amniotomy (RPaj= 1.1 CI95% 1.1-1.2). The results also verified the prevalence of women aged between 20 and 34 years (68.7%), white (59.3%), with a partner (85.7%), use of oxytocin (56.1%), induced labor (15.6%). Regarding maternal outcomes, there was a high prevalence of vaginal delivery (88.9%), interventional delivery (97.6%) and episiotomy (55.2%). In neonatal outcomes low prevalence of skin-to-skin contact (48.6%), breastfeeding in the delivery room (29.8%) and neonatal resuscitation (7.5%). Women with a previous cesarean section were less likely to receive oxytocin (RPaj= 0.9 95%CI 08-1.0 p= 0.025). The use of oxytocin increased the chance of instrumental delivery (RPaj= 1.2 CI95% 1.1-1.4) and performance of some intervention (RPaj= 1.3 CI95%1.1-1.5). Conclusion: In the South Region, there is a predominance of interventionist care, which associates the use of oxytocin with other practices and a low prevalence of good practices, with obstetric care that does not cover evidence-based practices. |
Description: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2023. |
URI: | https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/256385 |
Date: | 2023 |
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PNFR1271-D.pdf | 7.778Mb |
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