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O presente trabalho aborda a questão da violência contra a pessoa idosa, que se expande
paralelamente ao fenômeno demográfico do país e vem ganhando notoriedade desde meados
dos anos 1980. A motivação do estudo se deve a emergencialidade dessa demanda tão presente
nos campos de inserção do Assistente Social, em meio a uma conjuntura marcada por
desigualdades sociais, agudizadas pelo período pandêmico, e a intensa precarização das
políticas públicas. Assim, considera-se de suma importância a categoria se apropriar e se
posicionar frente a temática, alinhando seu exercício profissional ao Projeto Ético-Político da
profissão. Desse modo, o objetivo geral deste trabalho consistiu em analisar e caracterizar a
produção de conhecimento acerca da referida temática, a partir de artigos e anais produzidos
por assistentes sociais, de modo a observar qual a sua relevância na área do Serviço Social e
quais têm sido as suas abordagens frente ao debate. A metodologia utilizada baseou-se nos
fundamentos do estudo quanti-qualitativo, levantando os artigos publicados no Portal de
Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) entre
os anos de 2015 e 2021 os Anais publicados nas edições de XV, XVI e XVII do Congresso
Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) nos anos de 2016, 2019 e 2022, respectivamente. Para
tanto, identificou-se uma baixa publicação da temática na área, dado preocupante haja vista que
a violência contra pessoa idosa é expressão da questão social, sendo objeto de intervenção
profissional. A partir dos artigos selecionados desenvolveu-se a reflexão acerca dos principais
tópicos abordados, discorrendo sobre os debates que envolveram a temática. Dentre os
principais resultados, identificou-se a prevalência de produções que focalizaram nas violações
de direito no âmbito familiar, entretanto, sem se posicionar frente às políticas familistas que
responsabilizam a família pelo cuidado aos idosos, em prol da omissão estatal. Outrossim, os
resultados apontaram para a incipiência de produções com recorte de gênero, raça e etnia,
dimensões que complexificam o fenômeno do envelhecimento e da violência, dando ênfase à
violência de gênero contra esse segmento populacional, haja vista sua abrangência nos estudos
que analisaram o perfil de idosos vitimados. Nesse sentido, aponta-se a necessidade de a
profissão se apropriar e se posicionar frente às discussões, de forma a apreender as múltiplas
determinações que incidem sobre a realidade dos sujeitos e direcionar intervenções
comprometidas com a classe trabalhadora. |
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