dc.description.abstract |
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a disparidade de gênero nas bases partidárias
de partidos de orientação política de esquerda no contexto brasileiro, em comparação à
participação e eleição de mulheres em cargos proporcionais e majoritários no período
compreendido entre 2013 e 2023, sendo eles o Partidos Comunista Brasileiro (PCB), Partido
Comunista do Brasil (PCdoB), Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Socialismo e
Liberdade (PSOL) e Unidade Popular (UP). Apesar do movimento em prol da igualdade de
gênero na América Latina, intensificado no processo de redemocratização, a esquerda
mostrou-se ineficaz no incentivo à inclusão de mulheres nas disputas eleitorais a nível
estadual e federal, a partir de uma série de fatores conectados ao sistema patriarcal, intrínseco
à democracia moderna. Mesmo diante de regulamentações, como as cotas internas adotadas
pelos partidos, e a Lei nº 9.504/1997, que reserva um mínimo de 30% das candidaturas para
cada sexo, as mulheres nunca ocuparam mais de 18% dos assentos na Câmara dos Deputados
simultaneamente, ilustrando as razões que levam o Brasil a ocupar uma das posições dentre os
países com maior desigualdade de acesso político institucional na América Latina. Logo,
historiciza-se a influência das estruturas sociais e culturais na sub-representação feminina,
destacando a persistência de uma hierarquia política genderizada, mesmo durante períodos de
governos de esquerda. Propõe-se, ademais, a análise das disparidades quantitativas entre
mulheres nas bases partidárias, candidatas e eleitas, tensionando os limites da democracia
brasileira e seu suporte a partir de um constructo social patriarcal, ressaltando a pluralização
dos espaços políticos como determinante para a consolidação democrática e apontando,
brevemente, a persistência da exclusão, tanto das mulheres, como também de pessoas negras e
indígenas. |
pt_BR |