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Introdução: tendo como estopim a Reforma Psiquiátrica, houve uma reformulação do cuidado em saúde mental, substituindo o cuidado baseado no serviço manicomial pela assistência em uma rede de serviços territoriais. Desta forma, dentre as diversas modalidades de atendimento destaca-se os Centros de Atenção Psicossocial Infanto-juvenis, essenciais para a assistência de crianças e adolescentes no Brasil. Esta pesquisa então se propôs a analisar as práticas de cuidado em saúde mental, direcionadas a crianças e adolescentes, durante o processo histórico de implementação de um Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSi) na região Sul do Brasil. Objetivo: identificar as práticas de cuidado em saúde mental, direcionadas a crianças e adolescentes, durante o processo histórico de implementação de um CAPS infanto-juvenil, em uma capital do sul do país. Metodologia: trata-se de um estudo de abordagem qualitativa utilizando como metodologia a história oral. Como critérios de inclusão foram selecionados os profissionais ou ex-profissionais de nível superior do serviço do CAPSi e aqueles que possam ser indicados por algum profissional já entrevistado. Já os critérios de exclusão foram de todos aqueles que tiverem menos de 1 ano de serviço e aqueles que estiveram em período de férias ou licença; a coleta de dados foi realizada durante o mês de março do ano de 2024. A transcrição dos dados foi feita através da plataforma “Good Tape” totalizando sete horas de áudio, e a análise dos dados foi construída em quatro etapas seguindo as recomendações de Cardano (2017), sendo essas o desenho da pesquisa, a construção dos dados, a análise dos dados e a comunicação dos resultados alcançados. Resultados: através da elaboração de um artigo científico, foi possível apresentar as principais práticas de cuidado, direcionadas a crianças e adolescentes, utilizadas no CAPSi, destacando-se as práticas em grupo. Essas, foram narradas como a principal estratégia do serviço para conseguir atender a crescente alta demanda que enfrenta atualmente. Os dados foram agrupados em três categorias temáticas, a saber: 1) Histórico da constituição do cuidado em saúde mental de crianças e adolescentes no CAPSi de Florianópolis; 2) Práticas de cuidados em saúde mental ofertadas para crianças e adolescentes no CAPSi e; 3) Desafios e fortalezas do atendimento em saúde mental envolvendo o CAPSi. Conclusão: entende-se que, ao apresentar dados qualitativos que abordam a ótica dos profissionais sobre as principais fortalezas e desafios das práticas de cuidado dentro do serviço do CAPSi, foi possível evidenciar a importância de uma fundamentação sociopolítica. O serviço do CAPSi é marcado por um processo histórico de carência de políticas públicas voltadas para o campo da saúde mental infanto-juvenil, enfrentando atualmente uma demanda extensa, complexa e que satura a capacidade do serviço. Por fim, a presente pesquisa torna-se relevante tanto por poder inspirar novas pesquisas e fortalecer o serviço, mas também por estimular a produção de novas políticas públicas e possíveis protocolos de atendimento psicossocial de crianças e adolescentes. Ademais, a relação do serviço com universidade deve manter-se mútua e fortalecida, sendo o serviço base para formação acadêmica de novos profissionais capacitados e a universidade sendo meio de elaboração de novas ideias, práticas e outros dados relevantes para manutenção e atualização do cuidado em saúde mental infanto-juvenil. |
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