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O envelhecimento global da população apresenta desafios significativos para a saúde e
qualidade de vida, especialmente entre os idosos, que enfrentam uma maior prevalência de
fatores de risco cardiometabólico. Além disso, o envelhecimento está associado aumentos da
pressão arterial (PA) e perda gradual da capacidade funcional. Por outro lado, o exercício físico
melhora diversos aspectos cardiometabólicos e funcionais de idosos. Entretanto, a
determinação da frequência semanal ideal de treinamento físico para essa população é incerta,
exigindo uma investigação mais aprofundada da manipulação desta variável de treino em
parâmetros de saúde em geral. Assim, o objetivo desse estudo foi comparar o efeito de duas
diferentes frequências semanais de treinamento combinado na capacidade funcional, aspectos
hemodinâmicos e antropométricos de idosos com fatores de risco cardiometabólico. O estudo
adotou um desenho de ensaio clínico não controlado, focado em investigar os efeitos do
treinamento combinado ao longo de 12 semanas, conduzido na Universidade Federal de Santa
Catarina (UFSC) e envolveu idosos participantes do Programa de Prevenção e Reabilitação
Cardiorrespiratória (PROCOR). Os participantes foram submetidos a uma ampla gama de
avaliações, incluindo medidas antropométricas, testes de capacidade funcional pela bateria de
teste Senior Fitness Test e teste de 1000 metros, além de avaliações de pressão arterial mediante
o uso do equipamento automático. Em seguida, os participantes foram divididos em dois
grupos: G2x, que treinou duas vezes por semana, e G3x, que treinou três vezes por semana,
durante o período de intervenção, que consistiu em três mesociclos de quatro semanas cada com
progressão de intensidade. A análise dos dados foi realizada por intenção de tratar (ITT) e por
protocolo (PP), através da utilização de equações de estimativa generalizada, adotando-se o
post-hoc de Bonferroni. Resultados: O estudo foi realizado com 22 idosos (8 mulheres, G2x:
70,33 ± 6,89; G3x: 74,23 ± 5,67 anos) com algum fator de risco cardiometabólico: G2x (n=9,
77,7% com hipertensão) e G3x (n=13, 68,2% com hipertensão). Nos testes funcionais, ambos
os grupos apresentaram aumento significativo na força de membros superiores e de membros
inferiores (p < 0,05). Para o teste de TUG em velocidade habitual e de 1000m, houve efeito de
interação com melhora significativa do pré para o pós-intervenção apenas no G3x no teste de
1000m (ITT: p=0,009; PP: p=0,012). Para aspectos hemodinâmicos, houve efeito isolado do
tempo para todas as variáveis (PAS, PAD, PAM e FC), com redução estatisticamente
significativa em ambos os grupos do momento pré para o pós-treinamento (p < 0,05).
Conclusão: Um programa de treinamento combinado foi eficaz na redução da PA e FC e no
aumento da resistência muscular e flexibilidade de idosos com fatores de risco
cardiometabólicos, se executado em duas ou três sessões semanais. No entanto, uma frequência
semanal maior (três vezes por semana) parece ser necessária para otimizar adaptações
funcionais na resistência aeróbica. |
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