Efeitos de diferentes ritmos da dança Samba na intensidade, afetividade, frequência cardíaca, índices glicêmicos e pressóricos em indivíduos com riscos cardiometabólicos: Ensaio Clínico Cruzado Randomizado

Abstract

Estudos vêm mostrando que a dança pode ser uma boa opção de intervenção de exercício aeróbio para pessoas com fatores de risco cardiometabólico, pois além de benefícios à saúde, pode aumentar a adesão e aderência pelo caráter social e de divertimento da modalidade. No entanto, pouco se sabe sobre a prescrição da modalidade de dança tipicamente brasileira Samba, quanto à intensidade, afetividade e efeitos nos parâmetros clínicos dessa população. O presente estudo teve como objetivo comparar os efeitos entre diferentes ritmos de samba na intensidade, afetividade e parâmetros clínicos em indivíduos com fatores de risco cardiometabólicos. Participaram da pesquisa 10 indivíduos treinados de ambos os sexos, idosos, e que apresentavam algum fator de risco cardiometabólico (hipertensão, diabetes e/ou dislipidemias). O estudo trata-se de um ensaio clínico randomizado cruzado, no qual foram realizadas três sessões: uma sessão de samba no pé, uma sessão de samba de gafieira e uma sessão controle. Foram analisados a intensidade, por meio da Frequência Cardíaca (FC) e da Percepção Subjetiva do Esforço (PSE), a afetividade por meio da Escala de Afetividade e os valores de pressão arterial sistólica, diastólica e glicemia. A ordem das sessões foi randomizada e cegada dos participantes. Os resultados mostraram que a sessão de samba no pé e samba de gafieira apresentaram resultados de intensidade de leve a moderada, e os valores de FC e PSE foram significativamente maiores na sessão de samba no pé em comparação com a sessão de samba de gafieira. Não houve diferença nos resultados de afetividade entre as sessões. Os participantes toleraram bem as sessões, sem relatos de eventos adversos. Em conclusão, o estudo demonstrou que o samba no pé e o samba de gafieira são opções de exercício aeróbico seguro para pessoas com fatores de risco cardiometabólico, enquanto o samba no pé apresentou maior intensidade percebida pela PSE e maiores valores de FC em comparação ao Samba de Gafieira. Ambas as sessões apresentaram valores positivos de afetividade aos praticantes.