Telerreabilitação em crianças e adolescentes com alterações neuromotoras

Abstract

Crianças e adolescentes com alterações neuromotoras apresentam alterações nas estruturas e funções do corpo, restrição na participação social e limitação no desempenho de atividades de vida diária, dessa forma é recomendado a realização de reabilitação. Quando há presença de situações de restrição social e falta de acesso aos serviços de saúde presencial, a telerreabilitação é uma alternativa. Considerando que intervenções por telerreabilitação possuem potencial para investigar a viabilidade dos programas e efeitos preliminares são relevantes para prática clínica. Por isso, essa dissertação tem como objetivo apresentar três estudos que foram elaborados em formato de artigos científicos. O estudo 1 é uma revisão de escopo que buscou identificar e descrever a viabilidade de intervenções por telerreabilitação com foco na função motora em crianças e adolescentes com alterações neuromotoras, do nascimento até os 17 anos. Os resultados mostraram que as intervenções por telerreabilitação foram viáveis e melhoraram a função motora grossa ao longo do tempo. O estudo 2 é um protocolo de um ensaio clínico randomizado, paralelo e controlado dos programas que desenvolvemos: Telerehabilitation - Keep Move Together (Tele-KMT) e presencial. Descrevemos os detalhes da metodologia de ambos protocolos de intervenção. O estudo 3 é um estudo de viabilidade, pré-pós tratamento com crianças e adolescentes de cinco a 17 anos que apresentavam alterações neuromotoras e receberam o programa Tele-KMT por 12 semanas. Os resultados mostraram boa viabilidade de recrutamento e avaliação, alta aderência ao formato síncrono, média aderência ao formato assíncrono, boa aceitabilidade dos cuidadores e boa eficácia preliminar na função motora grossa ao longo do tempo. Porém encontramos dificuldade dos cuidadores na supervisão das sessões assíncronas e incorporação dos exercícios na rotina diária. Os resultados dos três estudos apresentados, demonstram que a telerrebilitação é viável e aceita pelos cuidadores de crianças e adolescentes com alterações neuromotoras. Intervenções por telerreabilitação, torna-se uma alternativa de entrega de serviços de reabilitação.

Abstract: Children and adolescents with neuromotor disorders present changes in body structures and functions, restrictions in social participation and limitations in the performance of activities of daily living, therefore rehabilitation is recommended. When there are situations of social restrictions and lack of access to in-person health services, telerehabilitation is an alternative. Considering that telerehabilitation interventions have potential, investigating the feasibility of the programs and preliminary effects are relevant for clinical practice. Therefore, this dissertation aims to present three studies that were prepared in the format of scientific articles. Study 1 is a scoping review that sought to identify and describe the feasibility of telerehabilitation interventions focusing on motor function in children and adolescents with neuromotor disorders, from birth to 17 years of age. The results showed that telerehabilitation interventions were feasible and improved gross motor function over time. Study 2 is a protocol of a randomized, parallel and controlled clinical trial of the programs we developed: Telerehabilitation - Keep Move Together (Tele-KMT) and in-person.. We describe the details of the methodology of both intervention protocols. Study 3 is a feasibility study, pre-post treatment with children and adolescents aged five to 17 years who had neuromotor changes and received the Tele-KMT program for 12 weeks. The results showed good feasibility of recruitment and evaluation, high adherence to the synchronous format, medium adherence to the asynchronous format, good acceptability of caregivers and good preliminary efficacy in gross motor function over time. However, we found it difficult for caregivers to supervise asynchronous sessions and incorporate exercises into the daily routine. The results of the three studies presented demonstrate that telerehabilitation is viable and accepted by caregivers of children and adolescents with neuromotor disorders. Telerehabilitation interventions becoming an alternative delivery of rehabilitation services.