Isolamento e manutenção de culturas puras de fungos ectomicorrízicos

Abstract

A descoberta de relações ectomicorrízicas da Ilha de Santa Catarina é resultado de estudos relativamente recentes, que vieram acompanhados de perguntas sobre quem são os parceiros simbiontes e de que forma os fungos associados a essas plantas se desenvolvem. Para compreender como essa associação impacta a estrutura das comunidades vegetais e a dinâmica de ecossistemas é preciso isolar os fungos ectomicorrízicos em cultura pura para desenvolver experimentos em laboratório. Basidiomas de fungos ectomicorrízicos foram coletados em três áreas da Ilha de Santa Catarina: i) Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri (MONA da Lagoa do Peri); ii) Trilha da Lagoinha do Leste; iii) Reserva Particular do Patrimônio Natural Morro das Aranhas (RPPN Morro das Aranhas). Os basidiomas foram levados ao Laboratório de Micologia da Universidade Federal de Santa Catarina para o isolamento em meio artificial em condições assépticas. Os meios usados foram AA (Ágar água), BDA (Ágar batata dextrose) e MNM (Medio Melin-Norkrans). Fragmentos de doze basidiomas foram inoculados em placas de petri com cada um dos meios e incubados em estufa incubadora BOD (Biochemical Oxygen Demand), a 26ºC. As culturas foram observadas periodicamente e a morfologia descrita macro e microscopicamente, de acordo com Nobles (1948). Onze cultivos tiveram crescimento micelial e apenas em um, referente a Pisolithus sp., foram observadas características do micélio que corroboram com o táxon do basidioma. As outras culturas foram identificadas morfologicamente como contaminações diversas, possivelmente devido à dificuldade das espécies ectomicorrízicas de crescerem na ausência da planta simbionte. Mais tentativas com outros métodos são necessárias para obter sucesso no isolamento.