Tecnologias de cuidado capazes de apoiar a equipe de saúde na condução da entrevista familiar para doação de órgãos junto a famílias de crianças e adolescentes em hospitais.

Abstract

O presente projeto está inserido no macroprojeto: ‘Desenvolvimento de ferramentas de cuidado para a condução da entrevista familiar para doação de órgãos junto a famílias de crianças e adolescentes’. Este projeto está intitulado como ‘Tecnologias de cuidado capazes de apoiar a equipe de saúde na condução da entrevista familiar para doação de órgãos junto a famílias de crianças e adolescentes em hospitais’, para o qual foram estabelecidos dois objetivos: compreender a vivência da equipe da saúde na comunicação da morte encefálica; e, identificar estratégias desenvolvidas pelos profissionais de saúde na realização da entrevista familiar para doação de órgãos, junto a famílias de crianças e adolescentes. Este estudo teve como proposta, a identificação de tecnologias de cuidado, tanto na literatura científica quanto na literatura cinzenta, as quais possam apoiar os profissionais na realização das entrevistas junto aos pais de crianças e adolescentes. O macroprojeto e a atual pesquisa possuem grande relevância para a sociedade, à equipe de saúde, aos gestores e às organizações governamentais e não governamentais, pois visam aprimorar uma das etapas mais desafiadoras do processo de doação de órgãos: a entrevista familiar. Esta etapa exige dos profissionais habilidades emocionais e psicológicas para lidar com a comunicação da morte, fornecendo ao mesmo tempo apoio emocional e informações sobre a doação de órgãos e tecidos. A entrevista familiar também impacta profundamente as famílias, que precisam tomar uma decisão crucial, em um momento de luto, sobre a doação dos órgãos de seus entes queridos. Essa situação é ainda mais delicada quando envolve familiares de crianças e adolescentes. Com a identificação dessas tecnologias, os profissionais terão a oportunidade de explorar novos caminhos e abordagens, visando aprimorar as práticas no cotidiano desse cenário desafiador. Objetivo: mapear estratégias educacionais disponíveis para apoiar os profissionais da saúde na condução da entrevista familiar para doação de órgãos de crianças e adolescentes. Método: trata-se de uma revisão de escopo fundamentada a partir da metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI) e estruturada conforme roteiro do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews. A análise de conteúdo dos estudos incluídos foi feita com a criação de um mapa mental e identificação de categorias temáticas conforme as etapas da entrevista familiar. Resultados: a amostra final consistiu em 15 materiais elegíveis, com datas de publicação variando de 1999 a 2023, sendo que a tecnologia mais desenvolvida foi a simulação, destacando-se os Estados Unidos como responsável por 46,6% das publicações. A análise de conteúdo permitiu a formação de três categorias: Tecnologias educacionais para condução da educação permanente para a comunicação da morte; Tecnologias educacionais para o desenvolvimento do profissional de saúde para o apoio emocional; Tecnologias educacionais para condução da informação sobre doação de órgãos e tecidos junto aos familiares de crianças e adolescentes. A primeira categoria abrange etapas como o diagnóstico de morte encefálica e a comunicação do óbito, onde as tecnologias contribuíram para a melhoria do desempenho clínico, aumento da autoconfiança e aprimoramento da capacidade de comunicar más notícias. A segunda categoria evidenciou a redução da ansiedade, o aumento do conhecimento sobre o processo de luto e o melhor preparo para a comunicação com familiares. A terceira categoria focou no respeito aos parâmetros éticos, legais e culturais das famílias, além de promover o empoderamento dos profissionais para ofertar a possibilidade de doação. Conclusão: estudo identificou tecnologias educacionais que podem ser utilizadas para apoiar a entrevista familiar em diferentes cenários de saúde fortalecendo o trabalho da equipe e oportunizando a melhoria das competências no cenário da entrevista. Ao longo dos anos, poucas tecnologias foram desenvolvidas sobre a temática, tendo como principal ferramenta mapeada a simulação.