Abstract:
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O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de celulose, destacando-se os plantios de Eucalyptus e Pinus. No entanto, a dependência exclusiva do gênero Eucalyptus para a produção de fibra curta pode ser arriscada devido à susceptibilidade a pragas e doenças. Dessa forma, explorar novas espécies, como o carvalho-japonês (Quercus acutissima), nativa do leste da Ásia e pode crescer rapidamente, é essencial para diversificar a produção e mitigar riscos. Neste sentido, o presente estudo visa avaliar as características químicas e anatômicas do carvalho-japonês para determinar seu potencial na produção de polpa celulósica. Amostras de madeira de carvalho-japonês com 12 anos foram obtidas de um plantio experimental em Curitibanos, SC. Discos de madeira foram retirados em várias posições do tronco para análises químicas e de densidade. A densidade básica foi determinada pelo método gravimétrico, enquanto a morfologia das fibras foi analisada através da maceração e observação microscópica. A densidade básica média da madeira foi de 0,72 g/cm³, enquanto a densidade verde foi de 1,20 g/cm³. As fibras apresentaram comprimento médio de 1,01 mm e largura média de 19,84 µm, com variação nas dimensões das fibras ao longo do tronco. Os índices de qualidade indicaram que a madeira do carvalho-japonês possui propriedades medianas para a produção de polpa celulósica, com um índice de Runkel de 1,09 e um coeficiente de flexibilidade de 50,95%. Em termos de composição química, a madeira apresentou altos teores de extrativos (8,13%), lignina (23,10%) e holocelulose (68,23%), com valores de cinzas em 0,54%. A madeira de Q. acutissima aos 12 anos apresenta propriedades anatômicas e químicas medianas para a produção de polpa celulósica. Apesar de seu potencial, a ausência de programas de melhoramento genético é um obstáculo para sua competitividade. Investimentos em tais programas poderiam melhorar significativamente suas características e aumentar sua viabilidade na indústria de celulose e papel. |