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A técnica endodôntica não instrumentada é trazida como uma alternativa à técnica endodôntica convencional com instrumentação dos canais e obturação com pasta de óxido de zinco por conta do seu caráter desafiador quando realizada em crianças. Dessa forma, a técnica não instrumentada dispensa a instrumentação dos canais radiculares baseando-se na ação à distância de uma pasta combinada de componentes com propriedades antibióticas disposta na câmara pulpar, como a pasta antibiótica composta por tetraciclina, cloranfenicol e óxido de zinco e eugenol (CTZ). Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os resultados preliminares de um ano de acompanhamento com ênfase nos desfechos secundários da técnica endodôntica não instrumentada em comparação com a técnica endodôntica convencional com acompanhamento. Para isso, foi realizado um ensaio clínico randomizado multicêntrico junto à Universidade de São Paulo (USP) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que contou com amostra de 179 molares decíduos de crianças de 3 a 10 anos, com indicação clínica e radiográfica para tratamento endodôntico, alocados randomicamente no Grupo 1 (G1), submetidas à técnica instrumentada com obturação com pasta de óxido de zinco e eugenol, ou no Grupo 2 (G2), técnica não instrumentada com pasta CTZ. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos. Durante a consulta de procedimento, foi coletado o comportamento infantil pela Escala de Frankl, o desconforto após o tratamento pela Escala de Imagem Facial, o tempo clínico, em minutos, e a ingestão de analgésicos após 48 horas. Os dados foram tabulados em planilha eletrônica, analisados descritivamente, pelo teste T de Student, Mann-Whitney ou teste qui-quadrado de Pearson com nível de significância de 5%. Ao todo, foram incluídos 179 participantes, majoritariamente do sexo masculino (57,5%), idade média de 5,8 (±1,4) anos. A maior parte dos dentes era de segundos molares decíduos, do arco inferior, sem fístula ou abscesso, com autorrelato de dor, lesão interradicular maior que a metade do comprimento da raiz e sem reabsorção externa. O tempo de procedimento foi menor no G2 (p<0,01), mas não houve diferença nas outras variáveis em relação ao grupo. Com isso, conclui-se que o tempo clínico é maior no tratamento endodôntico convencional, mas que comportamento infantil, desconforto após o procedimento e ingestão de analgésicos não apresentam relação com a técnica endodôntica de escolha. |
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