O lugar historiográfico de Roma no período helenístico: a história ecumênica e poliagonística de Políbio a partir da polêmica com Timeu

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O lugar historiográfico de Roma no período helenístico: a história ecumênica e poliagonística de Políbio a partir da polêmica com Timeu

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dc.contributor Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.advisor Santos, Dominique Vieira Coelho dos
dc.contributor.author Silva, Dyel Gedhay da
dc.date.accessioned 2024-09-03T23:25:10Z
dc.date.available 2024-09-03T23:25:10Z
dc.date.issued 2024
dc.identifier.other 387523
dc.identifier.uri https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/258644
dc.description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em História, Florianópolis, 2024.
dc.description.abstract As Histórias de Políbio de Megalópolis (c. 203 ? c. 120 A.E.C) são um dos testemunhos mais privilegiados para conhecermos como eram conceptualizadas, pelas historiografias helenísticas, as diferentes interações no Mediterrâneo. Escritas em 40 livros por um integrante da Confederação Aqueia que, exilado pelos romanos, passa a narrar o avanço deste povo sobre as redes de interações dos aqueus, elas buscam exprimir essas interações com conceitos de um modo específico. Esses conceitos tornam-se mais apreensíveis em passagens de polêmica historiográfica, i. e., em momentos que Políbio ataca e defende seus predecessores visando construir a sua autoridade sobre a imagem de um passado em disputa. Timeu de Tauromênio (c. 350 ? c. 260 A.E.C.), conhecido pela tradição posterior como o mais criticado por Políbio, havia similarmente polemizado com seus predecessores na condição de exilado em Atenas, quando passou a compor sua história sobre a Sicília e a Itália, de modo a deslegitimar a linha de governo de Agátocles, considerada tirânica. Conformados pela disputa de poder no mundo helenístico, os sentidos de história carregam, em ambos os historiadores, a necessidade de ressignificação das tradições a fim de enfrentar as novas composições de forças e ou negociar com elas. Considerando esse contexto, o nosso objetivo é compreender, a partir da polêmica com Timeu, os conceitos usados por Políbio, especificamente como eles indicam o seu modo de pensar e de escrever história. Para tanto, nos apropriamos da teoria e do método da História dos Conceitos [Begriffsgeschichte], posto que compreendemos um conceito ? em uma dada linguagem e em um dado contexto ? como um conjunto de significados social e politicamente manifestado, sendo o conhecimento sobre ele construído pela análise diacrônica e, sobretudo, sincrônica de um respectivo conjunto de termos significantes dentro de suas relações empíricas de uso e interpretação. Uma vez deparados com tal esforço hermenêutico, o conceito moderno de história universal usado para qualificar as Histórias de Políbio contra as de Timeu, devido ao entendimento ocidental de sua obra ter tido como mote o avanço romano sobre a Grécia ? o que era entendido como metonímia da universalização da história pela marcha da civilização ? é problematizado. Por fim, buscamos corroborar a tese de que não haveria um conceito de história universal em Políbio, mas um modo particular de negociar com a rede de relações helenísticas, que compunham um espaço comum de interesses e de disputas, chamado, em grego, de oikouméne, e um modo de investigá-lo historicamente caracterizado pela variação de escalas. A fim de traduzir para uma linguagem contemporânea a defesa dessa prática historiográfica que Políbio constrói e com a qual ele valora a imagem de um passado comum da oikouméne, generalizando-o a partir das entidades políticas que dele participam, propomos o conceito de história ecumênica. Já para traduzir o modo multi-conflitivo como a investigação desse passado se dava, inerentemente ao seu contexto de constantes disputas e ao próprio objetivo de Políbio ao conceber suas Histórias como arma de combate, propomos o conceito de história poliagonística.
dc.description.abstract Abstract: Polybius of Megalopolis? (c. 203 ? c. 120 BC) Histories are one of the most privileged testimonies for understanding how different interactions were conceptualised by Hellenistic historiographies in the Mediterranean. Written in 40 books by an Achaean Confederation member who, exiled by the Romans, begins to narrate the advance of this people over Greek networks, they seek to express these interactions with concepts in a specific way. These concepts become more apprehensible in polemical passages, i.e., in those which Polybius attacks and defends his predecessors in order to build his authority on the image of a disputed past. Timaeus of Tauromenium (c. 350 ? c. 260 BC), known by later tradition as the most criticised by Polybius, had similarly acted with previous historians while in exile in Athens, when he began to compose his history of Sicily and Italy with the aim delegitimise the political heritage used by Agothocles? government, considered by Timaeus as tyrannical. Shaped by forces in dispute in the Hellenistic world, the meanings of history bring with them, in both historians, the need to re-signify traditions in order to face the new power compositions and or to negotiate with them. Considering this context, our aim is to understand, departing from the polemic with Timaeus, the concepts used by Polybius, specifically how they indicate his way of thinking and writing history. To achieve this, we served ourselves from the History of Concepts [Begriffsgeschichte] framework, since we understand a concept ? in a given language and in a given context ? as a socially and politically manifested set of meanings, being our knowledge constructed about it by means of diachronically and, more importantly, synchronically analysis of a respective set of significant terms within their empirical relations of use and interpretation. Given such hermeneutic effort, the modern concept of universal history used to qualify Polybius? Histories against those of Timaeus, due to the Western understanding of his work as having as its motto the Roman advance on Greece ? which was understood as a metonymy for the universalisation of history through the march of civilisation ? is problematised. Finally, we seek to corroborate the thesis that there was no concept of universal history in Polybius. Instead, there was a particular way of negotiating with the network of Hellenistic relations, which made up a common space of interests and disputes, called in Greek oikouméne, and a way of investigating it historically through variation of scales. In order to translate into contemporary language the defence of this historiographical practice that Polybius constructs and with which he values the image of a common past of the oikouméne, generalising it from the political entities that participate in it, we propose the concept of ecumenical history. For translating the multi-conflictive way by which the investigation of this past was conducted, inherently to its context of constant disputes and to Polybius? own objective in conceiving his Histories as a combat weapon, we propose the concept of polyagonistic history. en
dc.format.extent 172 p.| il., gráfs.
dc.language.iso por
dc.subject.classification História
dc.subject.classification Helenismo
dc.title O lugar historiográfico de Roma no período helenístico: a história ecumênica e poliagonística de Políbio a partir da polêmica com Timeu
dc.type Dissertação (Mestrado)
dc.contributor.advisor-co Morales, Fábio Augusto


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