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O pensamento não existe. Essa conclusão devastadora é o resultado da neurofilosofia que tem como objetivo verificar empiricamente a existência do pensamento por meio de estudos neurocientíficos, psiquiátricos e filosóficos da esquizofrenia. No entanto, como é possível argumentar, a partir de um transtorno do pensamento, que o próprio pensamento não exista? À primeira vista, isso é evidentemente paradoxal. Porém, para que uma verificação científica da existência do pensamento seja tentada, é necessária a possibilidade de sua negação, de acordo com o princípio de falibilidade. Assim, a visão nomeada de nominalismo do pensamento surge exclusivamente quando duas unidades do pensar não são encontradas: A unidade conceitual, que se configura como uma definição clara e bem determinada do que seria o ‘pensamento’; e a unidade metafísica, uma unidade entre as relações do corpo com o pensamento. Caso nenhuma delas seja o caso, ou seja, quando não se sabe precisamente o que é o pensamento, nem se há alguma relação que sempre, em todas as circunstâncias, esteja presente entre o corpo, o mundo e o que é aceito, mesmo que de forma vaga, como sendo o pensamento, então simplesmente não é possível verificar o pensamento neurofilosoficamente, já que não haveria nada na cognição humana (entendida para além de externalismos e internalismos) identificável com o pensamento. Essa terminologia seria meramente um engano, um termo criado para facilitar o entendimento mútuo, mas que não é útil para as neurociências e neurofilosofias. Na esquizofrenia, especificamente, mostrar-se-á que: Por um lado, a unidade conceitual é verificável através da determinação precisa do conceito de transtorno do pensamento feita com ajuda de modelos para psicoses (delírios, alucinações etc.); mas, por outro, a unidade metafísica se verifica em uma unidade etiológica da esquizofrenia, ou em uma unidade patogênica de seus sintomas positivos. Portanto, como nenhuma delas foi ainda descoberta pelas vanguardas das neurociências, é estabelecido o fim (ainda que provisório) do pensamento. Por fim, sob diferentes aspectos, algumas conclusões e limitações foram traçadas para o fim do pensamento, de forma a manter uma questão em aberto: ‘O que significa dizer que o pensamento não existe?’ |
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