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Abstract:
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As funções executivas (FE), base do comportamento intencional, são processos deliberados que permitem controle sobre os comportamentos. As três habilidades nucleares das FE são inibição, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. Dentre essas habilidades-componentes, o controle inibitório (CI) é composto pelo Controle de interferência, que envolve controle do foco de atenção e a inibição cognitiva, e pelo autocontrole, capacidade de inibir respostas e permanecer em uma atividade apesar dos distratores. A Covid-19 é uma doença causada pelo SARS-CoV-2, e alguns acometidos podem desenvolver a síndrome pós-Covid-19, cujos efeitos podem envolver disfunção cognitiva, com prejuízos na memória, aprendizado, velocidade de processamento, fluência verbal, atenção e FE. O objetivo deste estudo foi investigar o funcionamento executivo de adolescentes e jovens adultos previamente acometidos pela Covid-19. Como medida do funcionamento executivo foi utilizado um inventário, o IFERA-I e IFERA-II, em adolescentes e adultos, respectivamente, e para avaliar o CI foi aplicado o Stroop App, um teste digital que segue o paradigma Stroop. Participaram 253 indivíduos, com idade média de 18,53 anos (DP=4,72), dos quais 48 relataram ter sido acometidos pela Covid-19. Foram encontradas diferenças significativas nos índices de tempo de reação na parte 3 e tempo de reação de interferência entre os grupos no Stroop App, no entanto, o tamanho de efeito foi pequeno, sugerindo alguma dificuldade no controle de interferência. Nenhuma diferença entre os grupos foi observada entre índices do IFERA-I e IFERA-II. Hipotetiza-se que a amostra deste estudo, por ser mais jovem, possua maior neuroplasticidade e capacidade de se recuperar mais rapidamente de eventos, demonstrando menor comprometimento executivo da pós-Covid-19. O estudo possui um papel importante ao ampliar pesquisas sobre efeitos da pós-Covid-19 em funções executivas em adolescentes e jovens adultos, sugerindo, face à literatura da área, um acometimento não-homogêneo da população e fatores de proteção, como idade, escolaridade e renda que devem ser considerados nesses estudos e no atendimento da população. |
