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O objetivo principal deste trabalho é realizar a avaliação comparativa dos parâmetros de dosagem de misturas asfálticas densas, com a incorporação de escória de chumbo-ácido (ECA). Para tanto, as curvas granulométricas foram concebidas com base na metodologia teórica, utilizando as equações de Füller-Talbot. As misturas asfálticas formuladas possuem característica densa, considerando o diâmetro máximo da série de peneiras em 12,7 mm, compreendendo os seguintes teores de ligante betuminoso nas dosagens: 4,86 %, 5,18 %, 5,50 %, 5,82 %, 6,14 %, 6,46 %, 6,78 %, 7,10 %, 7,42 %, 7,74 % e 8,06 %. A escória bruta foi obtida a partir de passivo estocado e oriundo da reciclagem de bateria veicular. A caracterização, após classificação por peneiramento, foi realizada a partir de análises por MEV, DRX, FRX, BET, FTIR e, TGA/DSC. A incorporação da escória de chumbo nas misturas asfálticas deu-se entre as frações passantes nas peneiras 0,30 mm e 0,075 mm, relacionadas à curva granulométrica de projeto, tendo sido testadas duas variações percentuais (7,0 % e 15,0 %), as quais foram comparadas às formulações de referência integralmente compostas por granulares britados de maciço rochoso gnáissico, obtidos em jazida situada na região metropolitana de Joinville/SC. O ligante betuminoso é classificado na faixa de penetração 30/45, proveniente de refinaria e distribuidor localizados no Estado do Paraná. Os parâmetros de dosagem das misturas asfálticas foram determinados com o uso da metodologia Marshall, oficialmente homologada no Brasil pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Avaliações complementares das dosagens potenciais de trabalho indicadas pelo método Marshall foram efetuadas com a verificação da resistência à ruptura por tração indireta e resistência à ação da água no ensaio de Duriez a 18 ºC. Ainda, análises de lixiviação também foram realizadas, para investigar a capacidade da escória de chumbo em causar impactos e danos ao meio ambiente. Os resultados obtidos mostram que, dentro do contexto da campanha experimental realizada, a incorporação da ECA apresentou baixa viabilidade técnica em comparação às formulações de referência. Isso se deve ao maior grau de insalubridade e à menor trabalhabilidade durante a manipulação e usinagem. Além disso, a escória apresentou problemas como carbonatação, risco elevado de contaminação ambiental por lixiviação de metais pesados e maiores custos de produção devido à necessidade de um consumo maior de ligante betuminoso nas dosagens. Entretanto, a boa resistência à ação deletéria da água sugere que o uso da escória de chumbo-ácido em misturas asfálticas pode ser viável, desde que sejam utilizadas técnicas eficazes para encapsular o material adequadamente, aliadas ao uso de ligantes betuminosos mais consistentes ou modificados. |
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