Abstract:
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O presente trabalho intitulado Travessias: Itinerários do trabalho das mulheres
imigrantes na Grande Florianópolis, tem por objetivo analisar os relatos de mulheres
imigrantes presentes no relatório do Projeto de Intervenção: Itinerários do Trabalho:
Inserção das mulheres imigrantes no mercado de trabalho na Grande Florianópolis a
fim de evidenciar como as dinâmicas do racismo, sexismo, e da superexploração da
força de trabalho, atravessam as vivências dessas mulheres. Dentre os objetivos
específicos estão: 1) aprofundar os estudos sobre a superexploração da força de
trabalho no capitalismo dependente, tendo a migração, racismo e sexismo como
categorias de análise; 2) visibilizar as narrativas das mulheres imigrantes que
integraram o Projeto de Intervenção e fazer as mediações com categorias estudadas
a partir do diálogo com a realidade concreta das pessoas que migram. Para tanto,
recorremos ao materialismo histórico-dialético, como perspectiva necessária para o
entendimento da realidade a partir de suas múltiplas determinações, sendo este
elemento essencial, para então, transformá-la. Nesta esteira, ao tomar a história como
fio condutor das reflexões apresentadas neste trabalho, priorizamos uma leitura que
transgrida as narrativas que privilegiam os marcos dos vencedores, em detrimento
dos considerados, vencidos. Desta forma, esse processo de estudo, foi fundamentado
numa análise teórica crítica da realidade que dialoga com os sujeitos sociais que se
movimentam e fazem história. Para tanto, a primeira etapa deste trabalho, deu-se por
um estudo bibliográfico introdutório das obras dos autores que fazem mediações com
o objeto estudado, para então possibilitar uma sistematização dos principais
elementos e categorias teóricas que permeiam o tema e que fizeram parte das
análises presentes neste Trabalho de Conclusão de Curso.Quanto aos relatos
presentes no documento, foi realizada uma análise dos conteúdos e mediações com
as categorias estudadas, por meio do subsídio da técnica de análise de conteúdo.
Esse trabalho toma como horizonte teórico as contribuições da teoria marxista da
dependência, sobretudo as elaborações de Marini (2000) a fim de pensar a
superexploração da força de trabalho na periferia do capitalismo. Para o debate da
migração, construiu-se o diálogo com Jean-Paul Gaudemar (1977), Célia Regina
Vendramini (2018) e Karine de Souza Silva (2020) e Jaqueline Bertoldo (2018). Na
sequência, às mediações teóricas que tomam o racismo e sexismo como
estruturantes do mercado de trabalho brasileiro foram majoritariamente realizadas a
partir de Clóvis Moura (2021), Lélia González (1981) e Cristiane Sabino (2022). |