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No ambiente acadêmico, a saúde mental desempenha um papel fundamental no processo de
formação dos/as estudantes universitários/as. É fundamental reconhecer que a prevenção e o
enfrentamento em saúde mental são essenciais para garantir a permanência estudantil. O
objetivo geral desta pesquisa é evidenciar os impactos das demandas de saúde mental para a
permanência estudantil na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Trata-se de
um estudo exploratório, com abordagem quanti-qualitativa, baseado no método dialético e
suas categorias: historicidade, totalidade e contradição. Como instrumento de coleta de dados
utilizou-se um questionário pelo Google Forms, com perguntas abertas e fechadas sobre:
informações socioeconômicas e sociodemográficas; demandas de permanência estudantil que
impactam na saúde mental; estratégias de prevenção e enfrentamento em saúde mental. Os
dados coletados foram representados por gráficos e quadros. Os dados qualitativos foram
submetidos à análise de conteúdo temática e os passíveis de serem quantificados foram
submetidos à análise estatística simples, mediados pelo referencial teórico das áreas de
Serviço Social, Saúde Mental, Saúde Coletiva e Psicologia em Saúde Mental. Participaram da
pesquisa 50 sujeitos, destacando-se a prevalência de estudantes universitários/as da oitava
fase, mulheres cisgênero, pessoas que se autodeclararam brancas e solteiras. A maioria residia
com a família (pais, companheiro/a, filhos). Muitos/as destacaram que suas rendas são
insuficientes para viver em Florianópolis. Adicionalmente, os/as estudantes mencionaram que
embora suas rendas não sejam suficientes, têm a possibilidade de morar com seus pais ou
familiares, ou contam com o apoio financeiro de seus pais para complementar o orçamento.
Ao discutir saúde mental, deparou-se com um vasto universo de conceitos e definições. A
saúde mental exerce um impacto significativo em vários aspectos da vida, como o
desempenho acadêmico, a saúde financeira e a qualidade de vida. Quanto às demandas de
saúde mental destacaram-se: depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade,
ansiedade somada à depressão e ansiedade. Também destacou-se a sobrecarga de carga
horária como um elemento contribuinte para problemas de saúde mental. Sobre a influência
da saúde mental para a permanência na universidade, os/as estudantes mencionaram que uma
boa saúde mental é crucial para facilitar suas atividades diárias e lidar com os desafios
universitários, promovendo uma permanência saudável durante o curso. Como ações de
prevenção, nota-se uma falta de discussões sobre saúde mental na universidade, assim como
há demanda por mais espaços coletivos que abordem esse tema. Nas ações de enfrentamento
os/as estudantes relataram a necessidade da universidade ter mais apoio psicológico aos
sujeitos, bem como, promover momentos de integração relacionados com saúde mental, mais
atenção aos/às estudantes recém chegados à universidade, ou até mesmo pensar em políticas
de bem-estar estudantil. Outra questão muito pontuada, foi a necessidade de aumentar as
políticas de permanência estudantil. Nesse sentido, se faz importante a universidade estar
atenta às demandas dos/as estudantes e a política de educação deve estar alinhada com a
política de saúde e complementada pela política de assistência social, integrando-se às demais
políticas públicas, de forma intersetorial. Sendo assim, é crucial promover uma abordagem
integrada entre a universidade, instituições de saúde pública, assistência social e demais
políticas públicas. Isso não apenas fortalece o suporte aos/às estudantes, mas também
contribui para um ambiente acadêmico mais saudável e inclusivo, onde as necessidades
individuais sejam atendidas de maneira interdisciplinar e com vistas à integralidade. |
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