Abstract:
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O milho (Zea mays) é uma cultura com grande importância no cenário agrícola mundial e a utilização de fertilizantes nitrogenados é indispensável para maximizar a produção. O uso de fertilizantes nitrogenados, embora necessário, pode trazer sérios problemas relacionados a poluição atmosférica, como a volatilização de amônia (NH3) e emissão de óxido nitroso (N2O), além de reduzir a disponibilidade de nitrogênio (N) às culturas e a eficiência no uso do N. O objetivo deste projeto foi quantificar as perdas de N via volatilização de NH3 e emissão de N2O em um sistema de produção de milho fertilizado com diferentes fontes de N, afim de identificar fontes nitrogenadas mais eficientes e menos poluentes. O experimento de campo realizado na Fazenda Experimental da UFSC avaliou os seguintes tratamentos: controle (C), ureia comum (UC), ureia com inibidor de urease NBPT (UI) e nitrato de amônio (NA). A volatilização de NH3 foi quantificada por destilação Kjeldahl após extração da NH3 capturada pelas esponjas utilizadas nas câmaras estáticas semiabertas. A emissão de N2O foi avaliada utilizando câmaras estáticas, sendo as amostras de ar coletadas, transferidas para frascos previamente evacuados e enviadas para análise em cromatógrafo gasoso. Os dados de NH3 e N2O foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey 5%. A pluviosidade acumulada foi de 615,2 mm e a temperatura média 20,6ºC. A taxa de volatilização de NH3 diferiu entre os tratamentos. No primeiro dia após a aplicação dos fertilizantes, UC e UI apresentaram picos com valores de 3,92 e 1,26 kg N ha-1 dia-1, respectivamente. A perda acumulada de N-NH3 sobre o total de N aplicado em cobertura foi de 10,16, 4,7 e 1,98% para UC, UI e NA, respectivamente. Os fluxos de N-N2O aumentaram logo após a aplicação dos fertilizantes, com um pico observado para NA (1155,42 µg N-N2O m-2 h-1). Os tratamentos UI e NA não diferiram entre quanto a emissão acumulada de N2O, porém apresentaram valores superiores aos demais tratamentos, com valores de 2,89 e 3,45 kg N-N2O ha-1, respectivamente. O rendimento do milho foi de 3,46, 4,26, 4,25 e 4,46 Mg grãos para os tratamentos C, NA, UC e UI, respectivamente. A intensidade de emissão foi superior nos tratamentos NA e UI (média de 0,73 kg N2O/Mg grão). Os fatores de emissão foram de 1,82 para NA, 0,24 para UC e 1,46 para UI, sendo NA e UI superiores ao 1,5% preconizado pelo IPCC. |