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Atualmente, muito se discute a respeito da conservação da biodiversidade e de espécies endêmicas da fauna e da flora. Em um fragmento da Mata Atlântica, no Vale do Itajaí, por poucos quilômetros às margens rochosas do Rio Itajaí do Norte, ocorre Dyckia ibiramensis, uma bromélia reófita e endêmica que corre sério risco de extinção da natureza por conta das mudanças em seu habitat. Após o início das operações da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Ibirama, em 2010, a situação de conservação da espécie passou a receber mais atenção. Por conta disso, desde 2008, monitoramentos e censos demográficos são realizados para compreender a dinâmica da população. Este trabalho tem como objetivo analisar a estrutura demográfica da espécie D. ibiramensis e compará-la aos resultados anteriores, no intuito de discutir ações de conservação para a mesma. Para tanto, em 2024, foi empreendido um censo populacional no qual as rosetas foram classificadas de acordo com seu diâmetro (classe 1 < 15cm; classe 2 >15< 30 cm; classe 3 >30 cm) e presença de estruturas reprodutivas (R - reprodutivas; NR - não reprodutivas). Os resultados mostram uma acentuada queda no número de indivíduos da espécie, cerca de 57,43% em dois anos, e a extinção de uma subpopulação, a descrita como número 2 no censo anterior (2022). Há também o decréscimo nas subpopulações com maior diversidade genética da espécie, os pontos 1 e 5, com queda de 68% e 51% no número de indivíduos, respectivamente. Além disso, houve um decréscimo de 87,2% no número de indivíduos reprodutivos. A maior parte da espécie, hodiernamente, compreende indivíduos jovens C1, cerca de 37%, enquanto houve uma queda de 91% no número de exemplares C3, que são maiores e mais antigos, e 75% de queda no número de indivíduos C2. Os pontos 1 e 5 continuam a ser os mais significativos em número de rosetas, embora os pontos 5 e 4 possuíam mais rosetas reprodutivas. O ponto 3 não apresentava nenhuma roseta reprodutiva. Esses dados mostram um cenário preocupante com relação à conservação da bromélia reófita D. ibiramensis, que parece caminhar rumo à extinção na natureza. Porém, esse extermínio pode desequilibrar ecologicamente o ambiente, haja visto as espécies da fauna que necessitam dela. Portanto, é necessário que não somente o monitoramento e os censos demográficos continuem sendo realizados, mas pesquisas que ampliem o conhecimento acerca da ecologia, fisiologia e genética das bromélias, bem como as razões para a sua alta mortalidade, para que os projetos de reintrodução sejam satisfatórios. |
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