Citotoxicidade residual e alteração da composição molecular do polimetilmetacrilato após protocolos de higienização para próteses totais

Abstract

A aplicabilidade da associação de métodos (escovação e imersão química) na desinfecção é fundamental para higienização de próteses totais. Visando evitar danos biológicos e aos materiais, o controle da citotoxicidade residual se torna imprescindível para a segurança do usuário e longevidade da prótese. O objetivo foi identificar protocolos menos citotóxicos e mais inertes à composição molecular da resina acrílica (PMMA) para desinfecção de próteses totais, variando a ordem da intervenção mecânica e química, concentração do hipoclorito de sódio (NaOCl), e a conduta final de imersão em água. Catorze grupos (n=9) foram formados pela concentração do NaOCl (0,5%; 0,25%; 0,1%) e ordem de intervenção: C (controle, sem intervenção); E (escovação); I (imersão isolada/ concentração); E+I (escovação e imersão/ concentração); I+E (imersão/ concentração e escovação); E+I+A [escovação, imersão/ concentração e overnight (8 horas) em água]. Queratinócitos HaCat foram semeados em uma densidade de 1 x 104 células/mL na face rugosa de corpos de prova de PMMA. A citotoxicidade em foi analisada após 1, 3 e 7 dias pelo teste MTT e por epifluorescência. A composição molecular do PMMA foi avaliada por espectroscopia de infravermelho transformada de Fourier (FTIR). A comparação intergrupo usou ANOVA one-way/Tukey e a intragrupo ANOVA two-way/Sidak, (p=0,05). No dia 1, a ordem de intervenção foi indiferente (p=0,05), diferindo do controle. No dia 3 houve maior citotoxicidade em todos os protocolos, exceto E+I+A, igual a C (p=0,05). Após 7 dias, E+I+A obtiveram maiores porcentagens de viabilidade celular que C para todas as concentrações (p=0,05). Alterações morfológicas (lise, fragmentação de membrana e condensação nuclear) foram vistas nos protocolos mais citotóxicos. Em E+I+A houve agregados celulares similares ao C e ausência de alteração do PMMA em todos os tempos analisados. Conclusão: a associação de métodos, independente da concentração do NaOCl, com período overnight em água por 8 horas, é menos citotóxica e mais inerte ao PMMA.

The applicability of the association of methods (brushing and chemical immersion) in disinfection is fundamental for cleaning complete dentures. In order to avoid biological and material damage, control residual cytotoxicity becomes essential for user safety and longevity of the prosthesis. The aim was to identify less cytotoxic and more inert acrylic resin (PMMA) protocols for cleaning complete dentures, varying the order of mechanical and chemical intervention, concentration of sodium hypochlorite (NaOCl), and the final conduct of immersion in water. Fourteen groups (n=9) were formed by NaOCl concentration (0.5%; 0.25%; 0.1%) and order of intervention: C (control, no intervention); B (brushing); I (immersion/concentration); B+I (brushing and immersion/concentration); I+B (immersion/concentration and brushing); B+I+W [brushing, immersion/concentration and overnight (8 hours) in water]. Cytotoxicity in HaCat keratinocytes was observed after 1, 3 and 7 days by the MTT test and by epifluorescence. The molecular composition of PMMA was evaluated by Fourier transform infrared spectroscopy (FTIR). The intergroup comparison used one-way ANOVA/Tukey and the intragroup two-way ANOVA/Sidak, p=.05. On day 1, the intervention order was indifferent (p=.05), differing from the control. On day 3, there was greater cytotoxicity in all protocols, except B+I+W, equal to C (p=.05). After 7 days, B+I+W obtained values greater than C for all concentrations (p=.05). Morphological changes (lysis, membrane fragmentation and nuclear condensation) were seen in the most cytotoxic protocols. In B+I+W there were cell aggregates similar to C and absence of PMMA alteration (FTIR). It is concluded that the combination of methods, regardless of NaOCl concentration, with an overnight period in water for 8 hours, is less cytotoxic and more inert to PMMA.