A dinâmica geoeconômica da cadeia produtiva de tabaco em Santa Catarina

Abstract

A disseminação do tabaco pelo mundo teve início com a chegada dos europeus a América, onde tribos indígenas já se utilizavam da planta. A indústria mundial do tabaco se consolidou a partir do final do século XIX, com a invenção da máquina de confeccionar cigarros nos Estados Unidos da América, no ano de 1881. Nos dias hoje, a indústria de cigarros produz no mundo cerca de 5,4 trilhões de unidades por ano. O mercado global possui valor estimado de, aproximadamente, R$ 2,5 trilhões, impactando economicamente mais de 200 países. No Brasil, o cultivo de tabaco teve início na Região Nordeste, migrando para a Região Sul no final do século XVIII. Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de tabaco e líder em exportações do produto desde o ano de 1993. A Região Sul do país é responsável por cerca de 95% da produção nacional, e dentre os estados que compõem essa região, Santa Catarina, objeto deste estudo, é o segundo maior produtor do país. Deste modo, esta pesquisa teve como objetivo realizar análise sobre a dinâmica geoeconômica da cadeia produtiva de tabaco do estado de Santa Catarina, Brasil. Assim, do ponto de vista teórico a pesquisa está embasada na ideia de formação sócio espacial. E, metodologicamente, baseada em pesquisa bibliográfica, em conjunto com saídas de campo, em que foram realizadas entrevistas não estruturadas com produtores, sindicatos, associações e empresas do setor. Obteve-se como resultado que a cadeia produtiva de tabaco de Santa Catarina sustenta-se com base no sistema integrado de produção, tendo como base o fumicultor. Verificou-se, também, tendência de concentração da produção, cujos produtores com capacidades produtivas reduzidas, automaticamente estão sendo excluídos da atividade. Observou-se, ainda, que essa cadeia produtiva tem importante papel social, visto que a atividade está presente em 183 municípios do estado e abriga 38 mil estabelecimentos produtores e 152 mil pessoas envolvidas diretamente no meio rural. Salienta-se ainda que essa cadeia produtiva pode ser potencializada, por meio de maior internalização da industrialização final do produto. Percebe-se até o presente, que essa atividade, na maioria das vezes, é a principal ou única renda de milhares de famílias no meio rural do estado.

Abstract: The spread of tobacco around the world began with the arrival of Europeans in America, where indigenous tribes were already using the plant. The global tobacco industry was consolidated at the end of the 19th century, with the invention of the cigarette-making machine in the United States of America, in 1881. Today, the cigarette industry produces around 5. 4 trillion units per year. Its global market has an estimated value of approximately R$2.5 trillion, economically impacting more than 200 countries. In Brazil, tobacco cultivation began in the northeast region, migrating to the southern region at the end of the 18th century. Currently, Brazil is the second largest producer of tobacco in the world, and leader in exports of the product since 1993. The southern region of the country is responsible for around 95% of national production, and among the states that make up this region, Santa Catarina, the object of this study, is the second largest producer in the country. Therefore, this research aimed to carry out an analysis of the geoeconomic dynamics of the tobacco production chain in the state of Santa Catarina. Thus, from a theoretical point of view, the research is based on the idea of socio-spatial formation. And methodologically, based on bibliographical research in conjunction with field trips, where unstructured interviews were carried out with producers, unions, associations and companies in the sector. The result was that the tobacco production chain in Santa Catarina is supported by an integrated production system, based on the tobacco grower. There was also a tendency towards concentration of production, where producers with reduced productive capacities are automatically being excluded from the activity. It was also observed that this production chain has an important social role, as the activity is present in 183 municipalities in the state and is home to 38 thousand producing establishments and 152 thousand people directly involved in rural areas. It should also be noted that this production chain can be enhanced through greater internalization of the final industrialization of the product. It is clear to date that this activity is most often the main or only income for thousands of families in rural areas of the state.