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Os ambientes internos têm se tornado cada vez mais relevantes na vida moderna, o que também aumenta a exposição aos seus contaminantes. O material particulado (MP) é um dos principais poluentes desses ambientes, representando riscos à saúde humana, mesmo em baixas concentrações, e atuando como transportador de outros contaminantes, como os elementos e ânions potencialmente tóxicos (EPTs). Por isso, o presente trabalho buscou através de ferramentas quimiométricas entender melhor o comportamento da qualidade do ar de diferentes ambientes internos do Departamento de Química da UFSC. Para isso, foram coletados dados dos contaminantes inorgânicos de amostras de material particulado, determinadas em etapas anteriores do mesmo projeto, juntamente a outros dados complementares, como dados meteorológicos coletados com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI). No conjunto final dos dados foram aplicadas três distintas ferramentas quimiométricas de análise exploratória: análise de componentes principais (PCA), análise hierárquica de clusters (HCA) e mapa auto-organizável (SOM). Através da PCA, foi possível notar que, dentre o conjunto de dados, se formam dois agrupamentos, um relativo às amostras do Lab211 e outro relativo ao Lab 207, explicadas principalmente em função das concentrações de Ag, Cu, Cl- e NO3-. Além disso, a PCA também mostra a presença de dois outliers no conjunto, possivelmente explicados por eventos isolados. O HCA leva a resultados semelhantes à PCA, tornando evidente a formação de dois grandes grupos relativos aos mesmos laboratórios, porém estes agrupamentos ficam evidentes apenas ao se aplicar uma métrica não linear de análise (métrica de Spearman). Ao aplicar-se o SOM, nota-se então uma formação muito mais clara e rica em informações, trazendo resultados condizentes à PCA e à HCA. No SOM, há a formação de 2 grupamentos principais, também relacionados aos mesmos laboratórios, porém se nota uma tendência de comportamento também relativa às Salas de professores. Nota-se nele que existem 5 variáveis que descrevem e dividem bem o conjunto (concentrações de Ag, Cd, Cu, Mo e NO3-), sendo que dois pares parecem ter correlações diretas (Ag/Cu e Cd/Mo) indicando uma possível origem comum. Embora a contaminação do ar do Departamento de Química ainda não se iguale a de grandes regiões industriais, ainda sim é relevante que esta seja monitorada, tendo em vista a presença de contaminantes de maior toxicidade, como Pb e Cd. Este estudo ainda não foi concluído, então espera-se que com a adição de mais 24 amostras, ainda não analisadas, seja possível enriquecer mais ainda a discussão ambiental acerca da qualidade do ar deste conjunto de ambientes. |
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