Abstract:
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Na contemporaneidade, a ubiquidade da mídia e a plataformização do jornalismo constituem um cenário de constantes transformações nas narrativas editoriais que perpassam o fazer jornalístico. Sob essa perspectiva, busca-se compreender como o telejornalismo se adapta às diferentes plataformas e de que maneira se estabelecem os critérios editoriais e múltiplas expressões narrativas dos fatos, aplicado ao terreno das mídias sociais e sua estrutura hiper singularizada e refém dos algoritmos. Durante o ciclo, formularam-se questionamentos acerca de como o Jornal Nacional, objeto da pesquisa, influi-se nas redes sociais, através de examinar como os conteúdos veiculados nas edições do telejornal adaptam-se ao fluxo social da internet, em especial nas plataformas Instagram e Facebook. O Jornal Nacional foi escolhido como objeto de pesquisa devido a ser o telejornal brasileiro com maior audiência e tempo de prevalência no Brasil. Por meio de apreciação bibliográfica e reflexão empírica, foram analisadas inicialmente três semanas: de 16 a 23 de fevereiro de 2022 e maio e novembro de 2023. Concluiu-se que os conteúdos veiculados nas redes durante esse período expressam mudanças de estratégias editoriais, em especial na plataforma Instagram, os quais são selecionados com foco no engajamento e conexão com o público, alinhado com as práticas do jornalismo audiovisual contemporâneo, em resposta à plataformização. Dado à conclusão precedente, buscou-se analisar o destaque do Instagram na adaptação de conteúdos do Jornal Nacional. Partindo de metodologia similar, com análise quali e quantitativa, foi feito o estudo dos conteúdos publicados no perfil do Instagram do Jornal Nacional, da semana de 06 a 11 de maio de 2024. Neste período, o Jornal Nacional promovia a cobertura da tragédia climática no Rio Grande do Sul e as edições começaram a ser apresentadas in loco, denotando uma personalização e apelo à emotividade contidas na prática jornalística. A partir da análise, classificaram-se os conteúdos em a) idênticos ao conteúdo exibido na TV aberta; b) adaptados, com edições que incluíam cortes e adição de multimídia, como fotos; e c) exclusivos, produzidas especialmente para a rede social e não veiculadas na TV aberta. Por conseguinte, observou-se que o período de amostragem expressou um aumento nas postagens, o que permitiu a conclusão de que existem mudanças na adaptação de conteúdo com a convergência das plataformas digitais, e a valorização da narrativa emotiva e da presença do repórter, além da prevalência do formato de vídeo vertical nas plataformas. Além disso, publicações exclusivas começaram a surgir no perfil, confluindo-se com o apelo à subjetividade e a estrutura algorítmica das redes. Assim, conceberam-se mudanças categóricas na adaptação dos conteúdos do Jornal Nacional das mídias sociais, sendo possível observar crescentes transições nos padrões de exibição de conteúdos online do telejornal tradicional. |