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O seguinte vídeo contempla, de forma resumida, o trabalho de um ano de pesquisas orientadas pelo professor Doutor Ulisses Vaccari e auxiliada pelo Grupo de Estética e Filosofia da Arte (GEFA). Essa pesquisa teve como enfoque os trabalhos de Walter Benjamin, em especial aqueles tocantes aos tópicos de memória, história e experiência, tendo em vista sua importância revelada através da observação da contemporaneidade, isso é, da situação política, artística e cultural que estamos envoltos. Nela, busquei aprofundar as concepções de experiência (Erfahrung) e vivência (Erlebnis) e se elas servem como uma lente pela qual somos capazes de observar os problemas inerentes ao sistema capitalista, de modo a encontrar uma maneira de, senão resolvê-los, ao menos denunciá-los às atuais e futuras gerações.
Há de se ressaltar o trabalho O capitalismo e a experiência que não se lembra, visto que foi o que por mais tempo me debrucei. Nele, procuro, através da obra O narrador, explicitar a relação construída (ou destruída) entre indivíduo, tempo (história) e memória inerentemente ao regime político capitalista, e suas consequências para a sociedade moderna e posterior. Nesse ensaio enfatizo alguns elementos das obras de Benjamin, a saber, a noção de história e a importância de contar histórias em detrimento a ler notícias. Tendo em vista a amplitude de suas discussões e, também, a vasta gama de interpretações decorrentes dessas, é impossível, em tão pouco tempo, abordar detalhadamente todos os conceitos que perpassam suas obras. Ainda assim, empenhei todo meu esforço de modo a concatenar minhas conclusões acerca de tão vigente discussão, para que eu possa auxiliar àqueles interessados em encontrar uma visão de mundo que difere daquela proliferada através das grandes mídias.
Para realizar tal ensaio, a elaboração d’outros ensaios foram imprescindíveis à compreensão das ideias benjaminianas e de como elas perpassam tanto a modernidade quanto a contemporaneidade. Aliás, sobre essa, os textos de suas comentadoras, em especial, Jeanne Marie Gagnebin e Susan Buck-Morss, trouxeram mais clareza à pesquisa, já que ambas escrevem numa época posterior, ou seja, onde as técnicas e aparatos capitalistas, ainda em processo de nascimento na época do autor, já se encontram estabelecidos e catalisados pelo neoliberalismo. Portanto, sem as considerações de Gagnebin e Buck-Morss, (talvez) eu acabaria ficando de mãos abanando ao tentar trazer suas ideias à atualidade.
Portanto, meu trabalho é uma tentativa de elaborar, através das obras benjaminianas, seu outro olhar sobre a estética e sobre fatores que são cobertos por seu guarda-chuva, a saber, a política, as artes, a cultura, as relações interpessoais, a ordenação social e citadina, e demais tópicos que podem ser abstraídos dessa magnífica discussão germinada por ele. |
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