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Introdução: Pacientes pediátricos graves são caracterizados por apresentarem instabilidade ou risco de vida com necessidade de cuidados intensivos. A terapia nutricional (TN) atua diretamente na recuperação desses pacientes uma vez que colabora na preservação da massa magra corporal e diminui a propensão de complicações metabólicas. Objetivo: Avaliar a associação da terapia nutricional durante a internação em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica com a capacidade física de crianças e adolescentes sobreviventes após 6 a 9 anos da alta hospitalar. Métodos: Estudo prospectivo, observacional e longitudinal, realizado no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis, com crianças e adolescentes internados na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) entre julho de 2013 e fevereiro de 2016. Foram coletados dados de caracterização, de TN e função física. As informações sobre a TN incluíram via, tempo para início e quantidade de energia e proteína infundida. A função física dos sobreviventes foi avaliada em 2021-2022 usando o questionário Pediátrico de Qualidade de Vida (PedsQL) 4.0, via ligações telefônicas. Resultados: A amostra foi constituída por 33 crianças e adolescentes, majoritariamente do sexo masculino (n=21, 63,6%). O motivo de admissão da maioria desses pacientes foi clínico (n= 24, 72,7%), dentre eles, 75,8% (n=25) receberam a TN por via enteral, com a mediana para o início da TN de até 17,3 horas. A prevalência de capacidade física deteriorada foi de 27,3%. A prevalência de TN precoce foi maior em crianças com capacidade física preservada (n=24, 72,7%). Pacientes do sexo feminino, em comparação ao masculino, tiveram 6 vezes (OR 6,00) mais chance de ter capacidade física deteriorada. Já o aumento em 1 hora para iniciar a TN aumenta a possibilidade de ter capacidade física deteriorada em 1,06 vezes (OR 1,06). Conclusão: Os resultados demonstraram que a TN precoce pode ser associada com a capacidade física preservada. Protocolos de TN podem auxiliar na recuperação em longo prazo de pacientes pediátricos graves. No entanto, mais estudos com maior tamanho amostral devem ser conduzidos. |
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