Caracterização do perfil senescente de células tronco estromais mesenquimais derivadas de tecido adiposo: compreensão da variabilidade entre os doadores durante o cultivo in vitro

Abstract

Para a utilização das células estromais mesenquimais, é necessária a expansão da cultura celular para obter o número de células necessário para aplicação, sendo esta uma limitação à terapia, uma vez que esse processo pode causar danos, levando à senescência. O trabalho teve como objetivo analisar o perfil senescente de MSCs derivadas de tecido adiposo (ASCs) durante cultivo in vitro. ASCs de cinco doadores diferentes, obtidos em cirurgia de abdominoplastia, foram isoladas e cultivadas em DMEM suplementado com soro fetal bovino (SFB) a 10% e mantidos sob condições controladas. Posteriormente, as células foram analisadas quanto à capacidade proliferativa por ensaio de tempo de duplicação populacional (PDL). Os resultados revelam uma queda gradual na proliferação ao longo das passagens em todos os doadores, mas em 3 dos 5 doadores as células morreram antes de atingir o P20, que foi a passagem mais longa analisada. O fenótipo senescente foi analisado quanto ao dano no DNA pela presença da proteína yH2AX e pela atividade da β-galactosidase ácida (β-gal). Os resultados revelam sinais de senescência precoce em 3 das 5 culturas de ASC estabelecidas, com marcadores senescentes positivos em passagens baixas, passagem 4 (P4), enquanto outras duas permaneceram sem marcação. A senescência também foi analisada em P12 e P20, e as 2 culturas de células senescentes negativas revelaram marcadores positivos em P12. As análises foram positivas para β-gal e yH2AX em momentos diferentes e independentes para cada doador. Concluindo, ASCs de diferentes doadores apresentam fenótipos senescentes diversos, revelando uma heterogeneidade celular dependente de características inerentes a cada indivíduo.